Ahed Tamimi, uma palestina de 16 anos que aparece em um vídeo que se tornou viral, enfrentando soldados israelenses na Cisjordânia ocupada, teve sua prisão prolongada nesta quarta-feira (17/01) até o julgamento de seu processo, em um tribunal militar israelense. Ahed é uma das quatro mulheres de sua família presas em 19 de dezembro de 2017 após o incidente.
O tribunal militar de Ofer, perto de Ramalah, na Cisjordânia ocupada, também manteve as cinco acusações por incitamento atribuídas a Nariman Tamimi, mãe de Ahed Tamimi, envolvida no mesmo incidente, e prorrogou sua detenção até segunda-feira.
As acusações contra Ahed Tamimi correspondem ao incidente ocorrido em 15 de dezembro no povoado de Nabi Saleh, perto de Ramalah, e a outros cinco incidentes nos quais a garota esteve envolvida no ano passado. Segundo um comunicado do exército, ela foi acusada de “ter agredido as forças de segurança, lançado pedras, ter proferido ameaças e participado em distúrbios”.
Reprodução
Jovem palestina ficou conhecida após vídeo em que aparece enfrentando soldados israelenses
NULL
NULL
A mãe também foi acusada por sua participação no incidente de Nabi Saleh e em outros confrontos com soldados, além de ter usado as redes sociais para “incitar a cometer ataques terroristas”. A prima de Ahed, Nur Tamimi (20 anos), que também aparecia no vídeo, deve ser liberada na tarde da próxima terça-feira (23/01), se o procurador não recorrer. Ela precisará pagar uma fiança correspondente a US$ 1.400, segundo o advogado, Gaby Lasky. O procurador militar pediu que mãe e filha fiquem presas até o julgamento.
Resistência à ocupação israelense
As imagens mostram Ahed Tamimi e Nor Nayi Tamimi se aproximando e enfrentando os soldados israelenses. Nariman Tamimi parece tentando deter as jovens e depois expulsa os militares do pátio de sua casa. O grupo, fortemente armado, se retira sem reagir. As três palestinas foram detidas em 19 e 20 de dezembro, e Nor Nayi, de 21 anos, deve ser solta no próximo domingo (21/01).
Os Tamimi são conhecidos por participar de protestos em Nabi Saleh, palco frequente de manifestações contra a ocupação israelense. Segundo pessoas ligadas à família, os soldados foram agredidos devido à tensão gerada pelos confrontos em Nabi Saleh e pelo fato de os militares entrarem no pátio da casa. O primo de Ahed Tamimi, Mohamed, de apenas 15 anos, foi atingido por uma bala de borracha na cabeça por soldados israelenses e perdeu parte da estrutura óssea do crânio, além de ter ficado 72h em coma, o que teria deixado Ahed bastante abalada.
O presidente palestino, Mahmud Abbas, telefonou ao pai de Ahed e elogiou o compromisso da família Tamimi na luta contra a ocupação, segundo a agência de notícias palestina WAFA.