Em 20 de julho de 1944, Hitler escapa da bomba que deveria matá-lo enquanto examinasse os mapas bélicos com seus generais no Grande Quartel General de Rastenburg, na Prússia Oriental, em sua casamata conhecida como “Wolfsschanze” (Covil do Lobo).
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Com o codinome de “Walkyrie”, esse atentado foi o segundo de que o líder alemão escaparia após aquele do carpinteiro Georg Elser, em Munique, em 1939.
O atentado tratava-se antes de uma tentativa de golpe de Estado por uma coalizão de opositores do regime num momento em que ele estava condenado a morder o pó da derrota: o Exército Vermelho já pisava o solo alemão e as forças anglo-saxônicas haviam desembarcado na Normandia.
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Hitler e o líder do atentado, Claus Stauffenberg (primeiro à esq.), em 15 de julho de 1944
Os conjurados da operação “Walkyrie” queriam matar Hitler a fim de derrocar o regime e estabelecer em seu lugar uma ditadura conservadora para restabelecer finalmente a monarquia. Por outro lado, esperavam firmar a paz com os anglo-americanos, porém continuando a guerra contra a União Soviética.
Entre os conspiradores figuravam diversos altos oficiais como Ludwig Beck e o general Hans Speidel, chefe do Estado-Maior do prestigioso marechal Erwin Rommel, quem estava informado do complô, mas dele não participou.
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Um dos mais ativos era o conde Claus von Stauffenberg, 36 anos, que viu na Rússia, durante o inverno 1941/1942, a brutalidade das SS. Apesar de católico fervoroso, estava convencido da necessidade de assassinar o führer. Havia combatido sob o comando de Rommel na África, onde perdera um olho e uma das mãos.
Nomeado em julho de 1944 chefe do Estado-Maior do exército de reserva, Stauffenberg participava das conferências militares no Covil do Lobo.
Em 20 de julho de 1944, data escolhida para o atentado, a reunião foi antecipada das 13h00 para as 12h30, devido a uma visita de Mussolini, e teria lugar num chalé de madeira em vez do habitual bunker de concreto devido ao forte calor do verão.
No momento propício, Stauffenberg deposita uma pasta com explosivos sob a mesa, perto de Hitler. Ato contínuo, deixa o local a pretexto de fazer uma chamada telefônica urgente.
Como a pasta incomodava um dos militares, este a muda de lugar de modo que entre Hitler e a pasta passou a surgir o pesado suporte de carvalho da mesa. O führer, protegido pelo pé da mesa, fica no final de contas apenas ligeiramente ferido.
Stauffenberg viu o chalé ir para os ares e corpos expulsos pelas suas aberturas. Convenceu-se de que não restara ninguém vivo e sem perder um segundo parte para Berlim com a intenção de participar do golpe. À sua chegada ao aeroporto, três horas mais tarde, telefona aos outros conspiradores e toma conhecimento que estes não tinham ousado desencadear o levante por não terem certeza da sorte de Hitler.
Muitos participantes da reunião morreram ou ficaram gravemente feridos, contudo Hitler e o general Keitel, que estava a seu lado, tiveram uma sorte inacreditável.
Quando Mussolini chega para o que seria o derradeiro encontro entre os dois, é recebido na plataforma da estação por um Hitler superexcitado, os cabelos chamuscados, um braço parcialmente paralisado, que o leva a visitar o local da explosão.
Em Berlim, o ministro da Propaganda, Joseph Goebbels, retoma habilmente o comando da notícia dos acontecimentos. Às 18h30, o rádio anuncia que Hitler havia escapado incólume de um atentado. Em Praga e Viena, os generais que haviam organizado a sublevação dão marcha-a-ré.
O ministro do Interior, Heinrich Himmler, manda prender o comando do exército do interior. Stauffenberg e outros chefes da conjuração são executados de imediato. O general Beck se vê forçado a se suicidar. À 01h00 de 21 de julho, o próprio Hitler, em transmissão radiofônica, anuncia uma severa repressão. E cumpre.
O almirante Wilhelm Canaris, ex-chefe do serviço de inteligência do regime nazista, suspeito de participação no complô, é enviado ao campo de concentração de Flössenburg, onde seria estrangulado com uma corda de piano em 9 de abril de 1945.
Em 14 de outubro, o marechal Erwin Rommel seria cominado ao suicídio. Em vista de sua grande popularidade, Hitler faria conceder-lhe honras nacionais e funerais de Estado.
No total, a Gestapo procederia a 7 mil prisões em seguida ao atentado e 5 mil pessoas iriam pagar o preço de suas vidas nessa tentativa tardia de se desembaraçar do tirano e lavar a honra da Alemanha. Mais determinado do que nunca, Hitler arrastaria a Alemanha até o fim de sua tétrica ambição.
Também nesta data:
1807 – Engenheiro Robert Fulton realiza o primeiro teste de seu barco a vapor
1881 – Líder sioux Touro Sentado rende-se às tropas norte-americanas
1914 – Começa o famoso julgamento da Madame Henriette Caillaux
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1969 – Neil Armstrong é o 1º homem a pisar na Lua