O primeiro-ministro grego e ex-vice-presidente do BCE (Banco Central Europeu), Lucas Papademos, ameaçou renunciar se os três partidos do Governo (social-democrata, conservador e extrema-direita) não aprovarem os ajustes exigidos pela troika.
Acordos sobre o abatimento de 100 bilhões da dívida soberana pelo setor privado e sobre o novo crédito conjunto da União Europeia e do FMI já foram concluídos. Falta, no entanto, a confirmação do apoio das siglas que compõe o parlamento grego.
Papademos realizará no próximo sábado (04/02) uma reunião com Giorgos Papandreou, ex-primeiro-ministro e líder do Pasok (Movimento Socialista), com Antonis Samaras, líder da conservadora ND (Nova Democracia), e Yorgos Karatzaferis, líder da ultradireitista LAOS (Alerta Popular Ortodoxa). Alguns dos deputados destes partidos mostraram rejeição às impopulares reformas exigidas por órgãos como o FMI, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu.
“Eu me oponho frontalmente. Não vou votar se tiver uma redução de pensões e salários, que já foram degradados completamente”, criticou nesta sexta-feira (03/02) um deputado da ND em declarações à rádio NET, referindo-se à exigência da eliminação dos pagamentos extras e diminuição do salário mínimo pela Troika.
O empresariado e os sindicatos majoritários, que há semanas negociam a redução dos custos trabalhistas não salariais e deram passos em direção a um acordo de congelamento salarial e rebaixamento das contribuições à seguridade social, enviaram uma carta ao primeiro-ministro na qual se opõem a essas medidas.
O ministro das finanças, Evangelos Venizelos, conduzirá nesta sexta-feira (03/02) um encontro de urgência com a Troika para tentar acertar essas posições. O segundo plano de resgate grego, de pelo menos 130 bilhões de euros, depende da aplicação das medidas exigidas pelos credores internacionais.
Segundo informou o jornal Kathimerini e a rede de televisão Skaï, o primeiro-ministro reforçou suas ameaças de renúncia. Perguntado sobre esta questão, o porta-voz do governo, Pantelis Kapsis, durante uma entrevista à emissora Real FM, limitou-se a especular “que os líderes políticos atuarão junto ao primeiro-ministro e acordarão como proceder”.
NULL
NULL
NULL