Relatório divulgado nessa quinta-feira (29/03) critica as lideranças europeias e classifica o Reino Unido como uma das nações que mais sofrerão para se recuperar da recessão.
No momento em que analistas e governantes falam da crise financeira europeia enquanto uma realidade estabilizada e em vias de ser solucionada, um relatório publicado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) revela que o Reino Unido, a sétima economia do planeta, integrará o grupo de nações com maior dificuldade de recuperação e permanecerá em recessão até, pelo menos, o resto do ano.
Segundo os números divulgados nessa quinta-feira (29/03), a atividade econômica do país recrudesceu 1,2% nos últimos quatro meses de 2011 e, embora tenha apresentado sinais de recuperação, permaneceu encolhendo a uma razão de 0,4% ao longo do primeiro trimestre de 2012.
O estudo da OCDE concluiu que a eurozona permanece em condição frágil e ressalta que o continente terá que se esforçar muito para apresentar algum crescimento econômico nos próximos meses. Essa perspectiva se alinha com os dados apresentados na última quarta-feira (28/03) pelo próprio Escritório Nacional de Estatísticas do Reino Unido, que admitiu ter superestimado o potencial de recuperação da economia britânica.
A OCDE alertou que Alemanha e França serão os primeiros a sentir sinais de melhora, ainda no primeiro semestre de 2012. Ao lado dos britânicos, apenas a Itália terá que se desdobrar por um período maior e indeterminado até que suas finanças se estabilizem.
Mais além, o texto não se limita à mera disseminação de estatísticas e aproveita a oportunidade para criticar fortemente a liderança política de Bruxelas, que teria permitido o fracasso de garantias sobre as finanças públicas, bem como a preservação da soberania de cada nação.
Na semana passada, a OCDE já havia informado a Comunidade Europeia de que seriam necessários um trilhão de euros para preservar países como Itália, Espanha, Portugal e Irlanda de um colapso. Mas Bruxelas limitou seus fundos de resgate a 700 bilhões.
Os sinais de que a recessão continuará a afetar os britânicos, Balfour Beatty, uma das principais companhias britânicas do setor de construção civil, anunciou nesta quarta-feira (28/04), que cortará 12 mil trabalhadores de seu quadro de funcionários frente ao contexto recessivo. Construtoras e firmas de arquitetura já haviam reintegrado operários em 2011, mas, agora, terão que reverter o acordo que firmaram com sindicatos na ocasião.
Enquanto os EUA sinalizam que conseguirão reduzir suas taxas de desemprego, o Reino Unido caminhará em sentido contrário, lutando para reaquecer seu mercado e reconquistar a confiança de empresários e consumidores, diz a OCDE.
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