No dia em que a Suprema Corte norte-americana julgou constitucional a reforma do sistema de saúde encabeçada pelo presidente Barack Obama, o pré-candidato republicano, Mitt Romney, prometeu que, se eleito, vai abolir a medida logo em seu primeiro dia de mandato.
Agência Efe
Candidato republicano à Presidência norte-americana discursa contra o plano de reforma da saúde
O argumento da oposição ao governo democrata é de que a sentença emitida pelo judiciário norte-americano apenas decide que a reforma “não viola a Constituição” e não afirma que ela seja “uma lei boa”. “O que a Suprema Corte não fez hoje, eu farei no meu primeiro dia como presidente dos Estados Unidos”, garantiu Romney. Daí a razão pela qual o pré-candidato julga “importante” revoga-la e substituí-la por “uma verdadeira reforma”.
Mais além, a campanha de Romney também alega que o que Obama classifica como uma lei de apoio ao bem-estar social de mais de 30 milhões de pessoas sem acesso a serviços de saúde é, na realidade, um “aumento de impostos que acrescenta trilhões de dólares ao déficit e à dívida nacional”. Conservadores também reclamam de que a reforma é uma ampla e custosa ação do governo federal que reduz as opções dos norte-americanos para manter o seguro e o médico que desejarem.
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“Nossa missão é clara: se nós queremos nos livrar do Obamacare, então vamos ter que substituir o presidente Obama”, disse Romney durante discurso em um edifício vizinho ao capitólio. Esse posicionamento não é novo. Ao longo de sua campanha nas primárias republicanas, o ex-governador do Estado de Massachusetts já prometia a anulação da reforma do sistema de saúde implementada pela administração Obama caso vencesse a corrida presidencial.
Constitucionalidade
A decisão da Suprema Corte de Justiça dos EUA foi estreita e garantiu nesta quinta-feira (28/06) a constitucionalidade da reforma com cinco votos favoráveis contra quatro contrários. A expectativa de Romney e de seus correligionários republicanos era a de que o resultado fosse outro.
Por um lado, a sentença evita prejuízos políticos para Obama às vésperas de tornar-se oficialmente candidato à reeleição pelo Partido Democrata. Contudo, analistas acreditam que a decisão favorável a um incremento dos investimentos do Estado no sistema de saúde poderá inflamar parte do eleitorado conservador que ainda estava incerto sobre um apoio à candidatura de Romney pelo Partido Republicano.
A grande maioria dos norte-americanos ainda se opõe à lei em si, ainda que apoiem e concordem com os objetivos a que ela se lança. De acordo com uma pesquisa de opinião pública conduzida pela agência Reuters em parceria com o instituto Ipsos, a maioria dos partidários de Obama admitem que o presidente não trabalhou o suficiente na elaboração do plano de saúde.
Quando era governador de Massachusetts, entre 2003 e 2007, Romney promulgou uma reforma sanitária, única em todo o país, que outorgou acesso universal ao cuidado médico através de subsídios governamentais e impôs a obrigatoriedade do seguro médico. Ironicamente, a reforma proposta por Obama, aprovada no Congresso sem apoio republicano, se inspirou na de Massachusetts.