O grupo palestino Hamas divulgou um comunicado nesta segunda-feira (06/05) afirmando ter aceito uma proposta de cessar-fogo em Gaza, sugerida pelos mediadores de Catar e Egito.
“Ismail Haniya, chefe do aparato político do movimento Hamas, teve uma ligação telefônica com o primeiro-ministro do Catar, xeique Mohammed bin Abdul Rahman Al Thani, e com o ministro da Inteligência do Egito, senhor Abbas Kamel, e informou-os da aprovação de sua proposta para um acordo de cessar-fogo”, disse o grupo, em comunicado.
Segundo fontes consultadas pela emissora catari Al Jazeera, a proposta inclui três fases, com destaque para o cessar-fogo permanente entre os militantes do Hamas e o Exército de Israel.
A rede de televisão destacou que cada fase do acordo deve ter uma duração de 42 dias, “com a trégua começando na primeira fase, “juntamente com a retirada da ocupação israelense do corredor de Netzarim, que Israel usa para dividir o norte e o sul de Gaza”.
O cessar-fogo permanente viria na segunda fase do acordo, com o fim “das operações militares e hostis e a retirada completa das forças israelenses de Gaza”.
“A proposta também inclui uma cláusula que aprova o fim do bloqueio de Gaza na terceira fase”, destacou a Al Jazeera.
Assim, um dos funcionários do Hamas indicou que “a bola agora está no campo de Israel”. No entanto, a resposta de Israel sobre o acordo ainda não foi oficializada, enquanto as autoridades fazem a avaliação. A emissora catari informa que “do lado israelense não há absolutamente nenhuma confirmação”.
Um alto oficial israelense afirmou ao portal Ynet que a proposta aceita pelo Hamas não havia sido analisada pelo país. O representante avaliou o documento como “uma proposta unilateral sem envolvimento israelense”, além de “não ser o rascunho que discutimos com o Egito”.
“Isto é um Exercício do Hamas para apresentar Israel como quem rejeita o acordo”, classificou ainda.
Já a imprensa israelense sugere que a proposta não será aceita pelas autoridades do país. O Canal 13 afirma que o documento é “uma proposta egípcia diluída, que não é aceitável para os israelenses”.
Um outro oficial entrevistado pela agência britânica Reuters indicou que o texto escrito pelos mediadores incluía conclusões de “longo alcance” que Israel não apoiará.
Há alguns dias as autoridades israelenses e negociadores do Hamas discordam de uma proposta de cessar-fogo para a ofensiva na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 34 mil mortos.
Por outro lado, Israel insiste na invasão da cidade fronteiriça entre Gaza e Egito, Rafah, que abriga mais de um milhão de palestinos deslocados. Segundo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a incursão deve acontecer “com ou sem acordo”, a fim de finalizar as atividades do Hamas na região.
(*) Com Ansa