Depois de discursar no Fórum Global de Mídia em Bonn, na Alemanha, o linguista e crítico político norte-americano Noam Chomsky declarou “estar com os manifestantes” da Turquia e do Brasil em suas reivindicações recentes.
Chomsky, conhecido entusiasta do movimento Occuppy, diferenciou os protestos nos dois países, mas disse que se aproximam por serem “tentativas de o povo recuperar a participação nas decisões”. Ele acrescentou que são uma forma de ir contra o domínio dos interesses de grupos econômicos. “Acho ambos muito importantes e posso dizer que estou com os manifestantes”, completou.
Wikicommons
Movimentos são tentativa de recuperar participação coletiva, segundo Chomsky
Durante o discurso da última segunda-feira (17/06), para cerca de duas mil pessoas, entre as quais jornalistas, autoridades europeias e pesquisadores de todo o mundo que se reúnem em Bonn até hoje, Chomsky comparou a praça Taksim, em Istambul, a um microcosmo da defesa dos bens comuns.
“Trata-se de um movimento global contra a violência que ameaça a liberdade em diferentes países”, afirmou, antes de dizer que as pessoas estão indo às ruas para defender bens que são compartilhados dentro das sociedades.
O linguista afirmou também que o capitalismo baseado na massificação de privatizações está no cerne dos protestos, uma vez que “não compreende a gestão coletiva”. Os movimentos, então, são “legítimos”, uma “tentativa de recuperar a participação coletiva na gestão desses bens”.
Críticas ao modelo norte-americano
O discurso de Chomsky se concentrou em críticas às estratégias de desenvolvimento norte-americanas e à dominação atual de grandes corporações multinacionais. “Existe um pensamento muito difundido em sistemas políticos e econômicos pautados em ideais liberais que defende a manutenção do poder de decisão nas mãos de poucas pessoas, que seriam o grupo mais ‘bem preparado’ da sociedade. Os demais seriam apenas espectadores. É contra isso que alguns grupos estão lutando”, disse.
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