O presidente iraniano, Hassan Rouhani, afirmou nesta quarta-feira (18/09) que seu governo nunca desenvolverá armas nucleares, “sob nenhuma circunstância”, e que ele tem plena autoridade para fazer um acordo com o Ocidente sobre o programa atômico de seu país.
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Falando à emissora norte-americana NBC News, Rouhani falou ainda sobre a carta que recebeu de Barack Obama logo depois de ter sido eleito, em junho, dizendo que, do seu ponto de vista, “o tom da mensagem foi positivo e construtivo”.
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“Podem ser passos sutis e minúsculos para um futuro muito importante. Acredito que os líderes de todos os países poderiam pensar em seus interesses nacionais e não deveriam estar sob a influência de grupos de pressão. Espero testemunhar tal atmosfera no futuro”, afirmou o presidente do Irã.
Reprodução NBC News
O presidente do Irã, Hassan Rouhani, em entrevista à NBC News
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Mais cedo nesta semana, uma porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Marzieh Afkham, havia criticado a carta de Obama a Rouhani, segundo o jornal The New York Times. “Infelizmente, a administração dos EUA ainda está utilizando uma linguagem de ameaça quando fala com o Irã”, afirmou. “Nós já dissemos que isso precisa mudar para a linguagem do respeito”.
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Sobre a questão nuclear, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, também declarou a oposição do país à possessão, produção e ao uso de armas nucleares, além de ter ressaltado que o governo não busca esse tipo de armas, não por pressões norte-americanas, mas porque esse tipo de armamento contradiz as regras religiosas.
“Nós não aceitamos armas nucleares, não pelo bem dos Estados Unidos ou de outros países, mas por causa de nossas crenças, e, quando dizemos que ninguém deveria ter armas nucleares, certamente não estamos atrás delas também”, disse o aiatolá hoje.
Quanto à opinião de diversos países sobre um possível programa nuclear do Irã, Ali Khamenei disse que “esses poucos Estados não querem quebrar seu monopólio na área de energia nuclear”, mas acrescentou que sua oposição e sensacionalismo a respeito do tema “devem ser compreendidos no âmbito do forte desafio das potências hegemônicas com a Revolução Islâmica”.