Os 30 tripulantes do navio “Arctic Sunrise” do Greenpeace foram realocados nesta terça-feira (12/11) em prisões preventivas de São Petersburgo, aonde chegaram procedentes do porto ártico de Murmansk, próximo à Finlândia. Eles chegaram hoje à cidade, após viajarem a noite inteira de trem.
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“Os 30 ativistas foram repartidos entre três prisões preventivas da cidade”, informou um porta-voz dos serviços penitenciários à agência Interfax. Ele estão há um mês e meio presos, acusados de vandalismo.
O anúncio da mudança, do porto de Murmansk a São Petersburgo, foi feito na segunda-feira (11). O Comitê de Instrução da Rússia (CI) explicou que a decisão foi adotada pois os delitos dos quais os detidos são acusados não entram na jurisdição do tribunal de Murmansk.
Agência Efe
Manifestantes do Greenpeace, que estavam presos em Murmansk, chegaram de trem a São Petersburgo
As autoridades russas dizem que eles estão sendo tratados na prisão de acordo com a legislação do país e as normas internacionais.
O diretor do Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo, afirmou que, “ao contrário de Murmansk, em São Petersburgo não há noite polar no inverno”, e, “para as famílias e os funcionários consulares, será mais fácil visitar os detidos”.
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“Mas, não há garantia que as condições na nova prisão sejam melhores que em Murmansk. De fato, podem ser piores. Não há nenhuma justificativa para manter os 30 em uma penitenciária durante um dia mais”, apontou.
Pedido de liberdade
O Conselho de Direitos Humanos adjunto à Presidência russa solicitou hoje colocar os ativistas em liberdade provisória. Em carta datada de 8 de novembro e divulgada hoje, o Conselho solicita ao chefe do CI, Aleksandr Bastrikin, estudar a mudança da medida cautelar de prisão preventiva pela de liberdade pagando uma fiança ou liberdade provisória com proibição de abandonar o país.
O Conselho argumentou seu pedido com o fato de que em 23 de outubro os órgãos de instrução rebaixaram as acusações contra os tripulantes do “Arctic Sunrise” de “pirataria” a “vandalismo”, delito que é punido não necessariamente com prisão.
Os acusados foram presos em 19 de setembro pela guarda-costeira russa, enquanto tentavam realizar um protesto pela extração de petróleo no Ártico.
O Greenpeace declarou que recorrerá da acusação de vandalismo, que qualificou de “igualmente absurda” que a de pirataria, “já que os ativistas não cometeram nenhum ato que violasse gravemente a ordem pública”.
Os tripulantes do “Arctic Sunrise” procedem da Rússia, EUA, Argentina, Reino Unido, Canadá, Itália, Ucrânia, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Austrália, Brasil, República Tcheca, Polônia, Turquia, Finlândia, Suécia e França.