A infanta Cristina, filha do rei da Espanha, foi convocada a depor em 8 de março por conta de acusações de fraude fiscal e lavagem de dinheiro, anunciou nesta terça-feira (07/01) o juiz instrutor do “caso Nóos”, José Castro.
Agência Efe
Também foram indiciados o ex-marido de Cristina, Iñaki Urdangarin, que foi presidente do Instituto Nóos, e o ex-sócio Diego Torres.
[A infanta Cristina, em foto de abril de 2013]
Os dois são acusados pelo suposto desvio, entre 2004 e 2007, de € 6,1 milhões (pouco mais de R$ 19,6 milhões) de fundos públicos por meio do Instituto Nóos, uma instituição sem fins lucrativos.
Esta é a segunda ocasião em que Castro cita como acusada a filha do monarca espanhol. Na primeira vez, no entanto, em abril de 2013, o indiciamento foi suspenso depois que a Promotoria Anticorrupção apresentou recurso diante da Audiência Provincial de Palma (Ilhas Baleares).
A Audiência deixou sem efeito a acusação, mas indicou novas linhas de investigação para averiguar se a infanta Cristina poderia estar envolvida em delitos fiscais e lavagem de dinheiro através da empresa Aizoon, da qual é proprietária ao lado de seu marido.
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Em 9 de dezembro, o juiz do tribunal de Palma de Mallorca pediu as partes que se pronunciassem sobre a acusação da infanta.
Só o sindicato Mãos Limpas, que desempenha a acusação popular, declarou-se favorável que Castro convoque a infanta, enquanto a Promotoria Anticorrupção, a Advocacia do Estado e as representações processuais de Iñaki Urdangarin, Diego Torres e a própria filha do rei se manifestaram contrárias à acusação.
Diferentes relatórios da Agência Tributária não apontam para delitos e a Promotoria Anticorrupção ressaltou, depois que Castro solicitou sua opinião, que contra a filha mais nova do rei só há “conjecturas ou suspeitas”.
O promotor encarregado do caso, Pedro Horrach, afirmou em seu último relatório ao juiz instrutor que da investigação levada a cabo sobre a infanta não se obtiveram “indícios incriminadores dos quais poderiam se retirar uma acusação”.