O presidente da Rússia, Vladimir Putin, tomou posse oficialmente nesta terça-feira (07/05) para mais um mandato à frente do país, após ser reeleito em março com 87,3% dos votos, segundo a Comissão Eleitoral Central da Rússia (CEC).
O líder russo prestou juramento sobre a Constituição na cerimônia de inauguração para seu quinto mandato consecutivo no Kremlin e, em seu discurso, prestou homenagem aos soldados russos que lutam na Ucrânia e prometeu vitória no conflito, que perdura desde fevereiro de 2022.
“Estou seguro de que passaremos por esse período difícil e marcante com dignidade, nos tornaremos ainda mais fortes e, com certeza, implementaremos planos de longo prazo e projetos de grande escala com o objetivo de atingir as metas de desenvolvimento. Juntos venceremos!”, declarou Putin.
O chefe do Kremlin também destacou que “a Rússia não recusa o diálogo com os países ocidentais”.
“Não recusamos o diálogo com os Estados ocidentais. A escolha cabe a eles. Querem continuar tentando limitar o desenvolvimento da Rússia, continuar a política de agressão, de pressão sobre o nosso país que não cessa há anos, ou procurar um caminho para a cooperação e a paz?”, questionou durante o discurso.
Além disso, Putin garantiu que Moscou está pronto para se envolver em um diálogo internacional justo sobre segurança e estabilidade estratégica.
Para o líder russo, “o diálogo, particularmente sobre questões de segurança e estabilidade estratégica, é possível. No entanto, não deve ser mantido a partir de uma posição de força, mas deve ser livre de arrogância, presunção e senso de excepcionalidade”.
“As partes do diálogo devem ser iguais e respeitar os interesses uns dos outros”, acrescentou ele.
Novo gabinete deve ser formado
Com o início do novo mandato Putin, o governo presidencial foi modificado, de acordo com uma ordem de renúncia assinada pelo premiê russo Mikhail Mishustin.
Apesar do decreto, todos os membros do gabinete de ministros continuam a cumprir suas funções até que um novo governo seja formado.
Neste ano, o governo russo será formado pela primeira vez de acordo com as novas regras estabelecidas pelas emendas à Constituição da Rússia de 2020. Anteriormente, todos os membros do gabinete ministerial eram nomeados por decretos presidenciais, em consulta ao Parlamento, e o primeiro-ministro era nomeado após consultas com a Duma de Estado (câmara baixa do Parlamento).
Agora, no decorrer de duas semanas após a posse, o presidente deve apresentar um candidato a primeiro-ministro à Duma de Estado russa, que tem uma semana para considerar a nomeação. Se o candidato for aprovado pelos deputados, o chefe de Estado nomeia o primeiro-ministro para o cargo.
Após a nomeação, o primeiro-ministro propõe candidatos para os cargos de vice-primeiros-ministros e ministros de pastas “civis”. O parlamento também considerará essas candidaturas e deverá aprovar os novos ministros e vice-primeiros-ministros.
Os chefes do Ministério da Defesa, Ministério do Interior, Ministério da Justiça, Ministério para Situações de Emergência e Ministério das Relações Exteriores são nomeados pelo próprio presidente após consultas com o Conselho da Federação.
(*) Com Ansa e Sputniknews