Agência Efe
Pesquisas de boca de urna indicam que Petro Poroshenko, o “rei do chocolate”, é o novo presidente da Ucrânia. A eleição terminou às 14h (horário de Brasília) deste domingo (25/05).
[Petro Poroshenko, novo presidente da Ucrânia, segundo pesquisas]
Segundo sondagens, o magnata pró-ocidental teve mais de 56% dos votos. A também pró-Ocidente Yulia Tymoshenko, ex-primeira-ministra, ficou em segundo lugar, com menos de 13%, de acordo com as primeiras pesquisas.
Se os resultados forem confirmados, não haverá necessidade de nova votação e Poroshenko terá sido escolhido presidente já no primeiro. Pouco tempo após a divulgação das primeiras pesquisas, Poroshenko já afirmava que “as eleições não terão um segundo turno”.
Cerca de 30 minutos após o fechamento das urnas, o magnata ucraniano falou aos seus partidários na sede do seu partido em Kiev. “Vocês vão ver que todas as pesquisas de boca de urna realizadas pelas instituições mais confiáveis dizem que as eleições terminaram no primeiro turno e que o país tem um novo presidente. Primeiro de tudo, eu quero agradecer ao povo ucraniano que mostrou um comparecimento recorde”, disse.
De acordo com o político, os “primeiros passos” de sua equipe vão ser focados em “acabar com a guerra, o caos, a agitação e trazer paz para a terra da Ucrânia”. Poroshenko repetiu que sua primeira viagem como presidente será realizada a Donbas, região de Lugansk e Donetsk, e só depois irá a Bruxelas para assinar um acordo de livre comércio com a União Europeia.
Poroshenko também afirmou que deve haver eleições parlamentares na Ucrânia ainda em 2014 e que vai administrar o país do mesmo modo como lida com sua empresa, a Roshen.
Segundo ele, as relações atuais da Ucrânia com a Rússia são “as mais difíceis dos últimos 200 anos”, mas tem certeza de que os ucranianos podem “conversar com os russos com a ajuda dos EUA”.
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Único oligarca a apoiar a mobilização europeia na Ucrânia, Poroshenko é especialista em relações econômicas internacionais e foi ministro da Economia do presidente deposto Viktor Yanukovich, além de presidente do Banco Central durante o governo do pró-Ocidente Viktor Yushchenko.
Yulia Timoshenko, maior rival de Poroshenko durante as eleições, foi conciliatória após a divulgação das pesquisas, sem admitir derrota. “Estou saudando a Ucrânia com o fato de que, apesar das agressões internacionais e das tentativas do Kremlin de perturbar a eleição, o pleito ocorreu”, disse.
Crise
Houve grande número de eleitores em todas as regiões da Ucrânia neste domingo, exceto em Donetsk e Lugansk, onde o processo foi boicotado pelos separatistas pró-russos, que impediram, inclusive, a chegada de urnas e cédulas aos locais de votação.
A eleição antecipada é vista como um passo fundamental para tentar resolver a crise política em que o país se encontra, que o colocou quase em guerra com a Rússia.
Seis meses atrás, protestos levaram à queda de Yanukovich e incentivaram movimentos separatistas no leste ucraniano, gerando preocupação na Europa e criando uma polarização entre Rússia e Estados Unidos que já suscitou comparações com o período da Guerra Fria.