O presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, afirmou nesta quarta-feira (09/07) que o início da venda de maconha será adiado para 2015 por “uma série de dificuldades práticas”.
Previsão era que venda fosse regularizada ainda este ano
Em entrevista à agência AFP, o presidente disse que é necessário mais tempo. “Fazer as coisas de maneira tosca é fácil, é o que está fazendo os Estados Unidos. Mas se queremos fazê-lo bem, temos que fazer devagar”.
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Mujica aproveitou a ocasião para criticar as empresas. “Não vamos dizer ‘fora o controle e deixem que o mercado se ocupe’, porque se o mercado controlar a situação, buscará vender a maior quantidade possível”, acrescentou.
De acordo com a lei uruguaia, para comprar maconha legalmente, é preciso ser residente no Uruguai e ter no mínimo 18 anos. O governo será responsável por toda a cadeia de abastecimento desde o cultivo até a venda.
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Proibição do fumo
Ao mesmo tempo em que o país se prepara para iniciar a comercialização legal da maconha, deputados uruguaios aprovaram, ontem à noite, a proibição de toda publicidade de fumo.
O regulamento proíbe a publicidade, a promoção e o patrocínio de marcas de produtos derivados do fumo em cartazes e eventos públicos.
Desde 2005, o país tem adotado leis antitabaco, o que o coloca em uma posição de liderança no mundo. “Fomos o primeiro país da América a se livrar da fumaça do fumo, da presença de símbolos nos maços, a proibição de publicidade, a criação de clínicas para tratamentos da dependência do consumo do tabaco, além de campanhas de promoção e prevenção”, afirmou a deputada Berta Sanseverino, relatora do projeto à agência Prensa Latina.
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Wikicommons
Cigarro não poderá ficar exposto nos pontos de venda e apenas será permitido uma tabela com os preços
Segundo o Ministério da Saúde Pública, graças a estas medidas preventivas, o consumo de cigarros na população jovem (entre os 12 e os 17 anos) caiu de 30,2% em 2003 para 13%, em 2012.
A oposição e os empresários do setor criticaram a medida que afirmam ser inconstitucional e que, segundo eles, “promoverá o contrabando”.
Em declarações à imprensa uruguaia, o presidente da associação de quiosques, Claudio Orrego, criticou o governo, que impulsionou a legalização da compra e venda de maconha e colocou o Estado como regulador do negócio, enquanto ataca o mercado de tabaco.