Os Estados Unidos emitiram um alerta para todas as universidades do país pedindo cautela e exigindo fiscalizações de saúde extras apenas para os estudantes intercambistas que chegam aos EUA vindos de países da África Ocidental. O surto de ebola, que afeta sobretudo a população de Guiné, Libéria, Serra Leoa e Nigéria já deixou 1.552 mortos e 3.069 pessoas infectadas.
Com medo de que o vírus, cuja epidemia já é a mais mortal da história, se infiltre e se espalhe pelo país, as autoridades norte-americanas estão de sobreaviso com o desembarque esperado de milhares de universitários da África Ocidental para o início do ano letivo nos EUA.
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Agência Efe
Equipe do serviço de saúde queniano examinam viajantes internacionais que chegam ao país no aeroporto de Nairóbi
Conforme reporta a agência de notícias AP nesta sexta-feira (29/08), embora o CDC (Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA) não tenha despachado um procedimento oficial a ser adotado, secretarias de Saúde locais já aconselharam os administradores universitários quais sintomas procurar e como reagir.
A Associação Norte-Americana de Saúde Universitária, por exemplo, já recomendou a seus membros que atualizem os procedimentos de emergência, descubram por quais países os estudantes viajaram e utilizem salas examinatórias isoladas quando possível. Além disso, diversas instituições de ensino superior já começaram a testar os intercambistas, monitorando a temperatura dos estudantes até que qualquer risco de contaminação esteja superado — um dos principais sintomas do vírus é a febre alta, além de fraqueza, vômitos, diarreia e sangramentos.
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De acordo com o governo dos EUA, a agência AP contabilizou que há, espalhados pelas universidades norte-americanas, 9.728 estudantes ativos da Nigéria, 204 da Libéria, 169 de Serra Leoa e 95 da Guiné.
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Pais dos alunos norte-americanos também têm procurado as universidades, preocupados com a possibilidade de seus filhos dividirem um dormitório com intercambistas africanos. “Estamos fazendo tudo o que peodemos sem infringir os direitos de ninguém para garantir que o seu filho ou filha tenha o menor risco possível”, afirma à AP Robert Palinkas, médico e diretor de um centro de saúde na Universidade de Illinois.
Especialistas médicos consultados pela AP, entretanto, não veem na chegada dos intercambistas grande risco de contaminação. Mas fazem ressalvas: “Quando você está se comunicando com os alunos, é sensato fazer uma ou duas perguntas”, afirma a doutora Susan Even, diretora do setor de saúde estudantil da Universidade do Missouri-Columbia.
“Contanto que todo mundo mantenha o seu espaço pessoal, vai ser ok”, comenta Fatima Nor, estudantes norte-americana de 18 anos, sabendo que o vírus só é transmitido com o contato direto e a troca de fluidos corporais com pessoas infectadas.