O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, confirmou, nesta quinta-feira (10/09), que tropas russas estão presentes na Síria, como informou a agência russa Pravda. O chanceler disse ainda que seu país transportava armamentos militares em voos humanitários com destino à Síria.
Agência Efe
Lavrov confirmou suspeitas ocidentais de que Rússia estaria enviando armas à Síria
A confirmação ocorre dois dias após a Bulgária ter fechado seu espaço aéreo para aviões militares russos por suspeita de que o país euroasiático estivesse enviando armamentos e soldados ao invés de ajuda humanitária à Síria. A Ucrânia anunciou que tomará medida semelhante. Washington tem pressionado a Grécia para que faça o mesmo.
Segundo a emissora Al Jazeera, Lavrov ressaltou que os aviões destinados à Síria continham equipamentos militares “de acordo com os contratos vigentes de ajuda humanitária” com o governo do presidente Bashar al-Assad. Moscou disse ainda que as tropas russas são enviadas somente para ajudar o Exército sírio a lidar com os equipamentos.
NULL
NULL
O secretário de imprensa da presidência russa, Dimitry Peskov, afirmou que seu país considera conveniente apoiar o Exército da Síria já que não há nenhuma “força organizada é capaz” de combater o Estado Islâmico.
EUA
O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, expressou há poucos dias a Lavrov as preocupações de seu país quanto às intervenções militares do Kremlin na Síria.
Nesta quarta, o secretário-geral da Otan, o norueguês Jens Stoltenberg, demonstrou “preocupação” pelas informações que indicam uma maior presença militar da Rússia na Síria para respaldar o regime de Bashar al Assad.
Agência Efe
Além do número recorde de 4 milhões de refugiados, Síria também tem 7,6 milhões de deslocados internos
No último sábado (05/09), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, falou das parcerias de seu país com Assad em áreas como treinamento de tropas e fornecimento de equipamentos. Contratos de colaboração militar foram estabelecidos entre Damasco e Moscou antes da guerra civil que ocorre na Síria desde 2011.
Crise humanitária
O conflito sírio já matou em torno de 240 mil pessoas e é um dos principais fatores para a crise humanitária causada pela quantidade de pessoas que fogem para a Europa em busca de refúgio.
Em julho, a ONU (Organização das Nações Unidas) confirmou que o número de refugiados em decorrência do conflito na Síria superou 4 milhões, o que faz desta a pior crise do tipo enfrentada pela entidade nos últimos 25 anos.
No país, há ainda 7,6 milhões de deslocados internos dentro da fronteira nacional, grande parte deles em situação difícil ou em lugares de complicado acesso para as organizações que fornecem ajuda humanitária.
Além disso, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, o grupo EI (Estado Islâmico) recrutou, desde o começo deste ano, mais de 1,1 mil menores de idade — chamados de “filhotes do califado”.