O governo da Hungria elaborou um anúncio que foi publicado nesta segunda-feira (21/09) na imprensa libanesa, em inglês e árabe, em que alerta refugiados sobre os riscos de prisão caso estejam planejando ir ao país europeu.
“Húngaros são hospitaleiros, mas as ações mais fortes possíveis serão tomadas contra aqueles que tentarem entrar na Hungria ilegalmente. A atravessia ilegal na fronteira do país é um crime punível com prisão”, ameaça Budapeste no anúncio.
EFE
Policiais húngaros foram enviados para escoltar refugiados na fronteira no domingo (20/09)
“Não dê ouvidos aos traficantes de pesoas. A Hungria não permitirá aos imigrantes ilegais atravessar por seu território”, reforça a nota.
A campanha de dissuasão faz parte da política do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, de endurecimento de leis contra refugiados que tentarem chegar ao território sem documentação regular. Na última terça-feira (15/09), uma nova legislação entrou em vigor na Hungria que considera crime a entrada de pessoas sem autorização, com pena de prisão de até três anos e/ou até expulsão.
A notificação húngara no país árabe ocorre duas semanas após um anúncio do governo dinamarquês em quatro jornais libaneses com um texto montado para desestimular os pedidos de refúgio na nação nórdica.
Com quase 4,5 milhões de habitantes, o Líbano já acolheu mais de 1,1 milhão de pessoas que fogem de zonas de guerra e de perseguições, como Síria e Afeganistão.
Published in Lebanese newspapers today #Hungaria #migrants #syria #lebanon pic.twitter.com/gF10q5sDrV
— zeina karam (@zkaram) 21 setembro 2015
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Fronteira murada
Nesta manhã, o premiê húngaro assegurou em discurso perante parlamentares que as cercas são a solução para resolver a atual crise dos refugiados na União Europeia e ainda aconselhou outros Estados do bloco a seguirem o que chama de “exemplo húngaro”.
“O tratado de Schengen (de livre circulação comunitária) obriga a defender as fronteiras e, se para isto é preciso construir cercas, que todos as construam”, argumentou o conservador nacionalista.
Na semana passada, Budapeste inaugurou dois muros com arame farpado para conter o fluxo de refugiados. O primeiro, na divisa com a Sérvia, possui três metros de altura e 175 quilômetros de extensão. Já o segundo foi erguido na fronteira croata e tem mais de 40 quilômetros.
A medida de Viktor Orbán vai contra uma série de tratativas do direito internacional. Segundo a Declaração dos Direitos do Homem, todas as pessoas têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Além disso, toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de beneficiar de asilo em outros países.
EFE
Militares húngaros foram enviados pelas autoridades para vigiar fronteira com a Sérvia, na cidade de Röszke