Os grupos extremistas Boko Haram, na Nigéria, e Estado Islâmico, no Iraque e na Síria, foram responsáveis por 51% das mortes de civis em atos terroristas em 2014. A informação está no relatório Global Terrorism Index 2015, lançado nesta terça-feira (17/11) pelo Instituto para a Economia e a Paz (IEP, na sigla em inglês), com dados sobre a atividade terrorista no mundo no ano passado.
Ao todo, 32.658 pessoas morreram em atos terroristas em 67 países ao longo do ano de 2014, um aumento de 80% com relação ao ano anterior. Apenas cinco países concentram 78% dessas mortes: Iraque, Nigéria, Afeganistão, Paquistão e Síria.
Agência Efe
Fachada do hotel Sahafi, em Mogadíscio, capital da Somália, após ataque de extremistas do Al Shabab em 01/11
“O trauma causado por ataques terroristas no Ocidente é visível, mas imagine o trauma que eles causam em todos estes países”, afirmou Steve Killelea, presidente do IEP, ao jornal britânico The Guardian.
O relatório mostra uma relação direta entre terrorismo e refugiados: dos 11 países com mais de 500 mortes por atos terroristas em 2014, 10 tinham os maiores níveis de refugiados e migração interna do mundo. De acordo com o Acnur (Agência da ONU para Refugiados), quase 370 mil pessoas fugiram do Iraque e 4,29 milhões fugiram da Síria desde o início da atividade do Estado Islâmico.
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O Boko Haram se tornou o grupo terrorista que mais provoca mortes no mundo após ter assassinado 6.644 pessoas em 2014, um aumento de 317% em comparação com 2013. O grupo nigeriano e o Estado Islâmico na Síria e no Iraque causaram juntos a morte de 12.717 pessoas.
Segundo o relatório, houve 15 ataques terroristas em 2014 com mais vítimas fatais do que os realizados em Paris na última sexta-feira (13/11). Os dois maiores foram perpetrados pelo EI: na invasão em uma prisão na cidade iraquiana de Badush o grupo matou cerca de 670 pessoas, e outras 500 em um ataque à comunidade yazidi em Sinjar, também no Iraque.
Grupos terroristas mudaram sua estratégia e estão cada vez mais atacando alvos civis, diz o relatório. Em 2014, houve 172% mais mortes de civis em ataques terroristas do que no ano anterior. “O que estamos vendo é uma mudança de tática. Ataques a civis são mais letais e criam mais medo e caos na sociedade, o que tem também um impacto econômico”, afirmou Killelea. Em uma estimativa “conservadora”, o IEP avalia que atos terroristas tenham custado ao mundo 53 bilhões de dólares em 2014.