O partido da chanceler alemã, Angela Merkel, aprovou neste sábado (09/01) uma declaração que propõe retirar o direito de asilo a refugiados que forem condenados a prisão ou liberdade condicional. A decisão foi tomada devido a protestos que se seguiram após uma onda de violência atingir as mulheres da cidade de Colônia, supostamente causada por refugiados.
O protesto foi protagonizado pelo grupo anti-imigração Pegida (Europeus Patrióticos contra a Islamização do Ocidente), que reuniu cerca de 1.700 pessoas na cidade de Colônia e pressionava a chanceler, criticando sua política de imigração. Simultaneamente, 1.300 pessoas se reuniram no mesmo local para se opor à manifestação do Pegida.
Agência Efe
Protesto do movimento anti-imigração Pegida em Colônia
Diante disso, o partido conservador CDU (União Cristã-Democrata, na sigla em alemão), de Merkel, se reuniu para repensar as políticas de acolhimento de refugiados do país. Segundo as leis alemãs atuais, refugiados só são deportados se tiverem sido sentenciados a uma pena de pelo menos três anos e se suas vidas não correrem risco no país de origem.
No entanto, com o novo documento da CDU, aqueles que forem condenados a prisão ou liberdade condicional perderão, automaticamente, seus direitos de refugiado. O mesmo valerá para qualquer outra pessoa que solicitar asilo na Alemanha. O partido também propôs endurecer as leis contra a violência sexual.
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“A integração exige respeitar nossa forma de vida, nosso direito e nossa cultura, e aprender nossa língua”, diz o documento. Para que ele entre em vigor, deverá ser submetido a uma votação no Parlamento.
Para Merkel, a aprovação da proposta ajudaria a Alemanha a deportar “criminosos seriais” condenados por crimes menores, informou a agência de notícias DPA.
“Isto é pelo interesse dos cidadãos da Alemanha, mas é também pelos interesses da maioria dos refugiados que estão aqui”, disse ela aos membros de seu partido. “Se as pessoas agirem fora da lei, naturalmente deverão haver consequências”, argumentou.
Agência Efe
Membros de uma associação germano-tunisiana entrega flor a uma jovem à frente da estação de Colônia, local dos crimes sexuais
Agressões em massa
Na noite de Ano Novo, centenas de homens – entre 500 e 1.000, estima a polícia – cercaram, roubaram e agrediram sexualmente mulheres em lugares públicos no centro da cidade de Colônia. A polícia afirmou que os crimes foram cometidos por homens de origem estrangeira, “do norte da África ou de países árabes”. Mais de 120 mulheres fizeram denúncias por agressão sexual e roubo e pelo menos duas foram estupradas
Até o momento, cerca de 32 pessoas suspeitas de terem participado das agressões foram identificadas, de acordo com a polícia federal alemã.