Os advogados do fundador do Wikileaks, Julian Assange, pediram nesta segunda-feira (22/02) à Justiça sueca que retire a ordem de detenção ditada contra o jornalista australiano em 2010 por um suposto crime sexual.
A solicitação foi feita duas semanas após o Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias das Nações Unidas concluir que a detenção de Assange na embaixada do Equador em Londres era “arbitrária”. O painel chegou a pedir, inclusive, que Suécia e o Reino Unido acabassem com a “privação de liberdade” do ativista.
Agência Efe
Fotografia de arquivo mostra Assange na sacada da embaixada do Equador em Londres em 2012
“Nós consideramos que surgiram uma série de novas circunstâncias, o que significa que há motivos para [a Suécia] rever decisões anteriores”, afirmou Thomas Olsson, um dos advogados de Assange, ao The Guardian.
“Eu acho que [a opinião do Grupo de Trabalho de ONU] é um fato importante e deveria ser considerado”, disse o advogado à AFP.
A Promotoria sueca, porém, já havia considerado que a decisão do painel da ONU não afetaria o processo contra Assange, reduzido agora a um caso menor de abuso.
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“Pensamos que é algo sem igual a Suécia ter desobedecido essa decisão”, declarou em Estocolmo outro advogado do jornalista, Per E. Samuelsson. Ele sustentou que o país nórdico assinou as convenções baseadas nas decisões do painel e colaborou em sua investigação.
A defesa de Assange já tinha solicitado a revisão das acusações de estupro e abuso sexual em junho de 2014. O processo terminou em maio do ano passado, quando a Suprema Corte sueca rejeitou o pedido, da mesma forma que as duas instâncias anteriores, por considerar que não havia motivo para suspender a ordem.
Assange está refugiado na embaixada equatoriana em Londres desde 2012, para evitar sua extradição para a Suécia. De lá ele teme ser enviado aos EUA, onde poderia enfrentar um julgamento militar pelos mais de 90 mil documentos vazados pelo Wikileaks sobre a Guerra do Afeganistão e os quase 400 mil relatórios publicados detalhando as operações dos EUA no Iraque.