O papa Francisco afirmou nesta quinta-feira (19/05) que as pessoas que exploram a mão de obra dos trabalhadores cometem um “pecado mortal”.
“Quem acumula riquezas com exploração, com trabalho ilegal, com contratos injustos, é uma sanguessuga que torna as pessoas escravas. O sangue de quem é explorado no trabalho é um grito de justiça para o Senhor. A exploração do trabalho é uma nova escravidão, é um pecado mortal”, disse aos presentes na missa de Santa Marta, segundo o jornal da Santa Sé L'Osservatore Romano.
EFE
Durante missa nesta quinta-feira (19/05) o papa Francisco criticou pessoas que exploram os trabalhadores
Francisco disse que “as riquezas são boas, mas são relativas” e criticou aqueles que exploram os outros através de práticas considerais legais, mas que não são justas — como ocorria nos tempos em que a escravidão era permitida.
“Vamos pensar nos dias de hoje, em que acontece exatamente o mesmo. 'Quero trabalhar', 'Tudo bem, vamos fazer um contrato de setembro a junho'. Sem a possibilidade de aposentadoria, sem ajuda médica. Em junho você suspende o contrato e em julho e agosto a pessoa deve comer ar. E em setembro riem de você. Isso quem faz são as verdadeiras sanguessugas que vivem do derramamento de sangue das pessoas que se tornam escravas do trabalho”, disse o pontífice.
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Citando outro exemplo, Jorge Mario Bergoglio lembrou de uma mulher que contou para ele que ganhava 650 euros (aproximadamente R$ 2.600) para trabalhar 11 horas por dia e disse que os patrões afirmaram que se ela não gostasse disso que fosse embora “porque havia outros”. Segundo Francisco, essas “sanguessugas” pagarão perante a “Justiça do Senhor”.
“Nós achamos que os escravos não existem mais, mas eles existem. É verdade, as pessoas não vão buscá-los na África ou na América, não, mas eles estão nas nossas cidades. E aqui estão estes traficantes, estes que tratam as pessoas que trabalham sem nenhuma justiça”, declarou.