O Escritório Central de Investigação de Crimes Nazistas da Alemanha afirmou na terça-feira (09/08) ter identificado oito pessoas suspeitas de terem atuado em um campo de concentração próximo à cidade de Gdansk, na Polônia.
O chefe do escritório em Ludwigsburg, Jens Rommel, afirmou à agência de notícias alemã DPA que os oito casos foram enviados para promotores, que analisarão se os suspeitos podem ser acusados de cumplicidade em assassinatos.
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Antigo campo de concentração de Stutthoff, onde fica hoje Gdansk, transformado em museu
Segundo a agência, os quatro homens e as quatro mulheres, que hoje têm entre 80 e 90 anos, teriam atuado como guardas, secretários e operadores de telefone no campo de concentração nazista de Stutthoff, localizado próximo a área onde fica hoje Gdansk, no norte da Polônia.
Estima-se que mais de 85 mil pessoas morreram no local, criado em 1939 e utilizado durante a Segunda Guerra Mundial.
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A idade avançada e o estado de saúde dos suspeitos, porém, podem ser um obstáculo para seu indiciamento. Diversos casos contra ex-funcionários do nazismo não foram adiante na Alemanha em anos recentes por alegações de fragilidade dos acusados.
Agentes da central de investigação, considerada uma agência de “caça aos nazistas” na Alemanha, seguem em busca de ex-funcionários de outros campos na Polônia ocupada, como Auschwitz e Majdanek.
“O compromisso da Alemanha para identificar mais guardas dos campos nazistas é encorajador”, afirmou à agência Reuters o presidente do Congresso Mundial Judaico, Ronald Lauder.
Em 2011, o ucraniano John Demjanjuk, com 90 anos, tornou-se o primeiro réu condenado na Alemanha por ter atuado como guarda no campo de concentração de Sobibor, também na Polônia, mesmo sem ausência de testemunhas.
A condenação abriu precedente para que mais ex-funcionários de campos sejam levados à Justiça.