Em 28 de agosto de 430, aos 75 anos, morre o teólogo Santo Agostinho, na colônia romana de Hipona, no norte da África, então tomada pelos Vândalos. Suas obras, entre as quais “A Cidade de Deus”, teriam uma influência considerável sobre a Igreja Católica e a cultura ocidental.
Aurélio Agostinho nasceu em Tagasta, cidade da Numídia (atual Líbia), de uma família burguesa, a 13 de novembro do ano 354. Seu pai, Patrício, era pagão, recebido o batismo pouco antes de morrer. Sua mãe, Mônica, pelo contrário, era uma cristã fervorosa, e exercia sobre o filho uma notável influência religiosa. Indo para Cartago, a fim de aperfeiçoar seus estudos, desviou-se moralmente. Caiu em uma profunda sensualidade, que, segundo ele, seria uma das maiores consequências do pecado original, fazendo com que aderisse ao maniqueísmo, que atribuía realidade substancial tanto ao bem como ao mal. Abriu uma escola em Cartago, donde partiu para Roma e, em seguida, para Milão.
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Depois de exame crítico, abandonou o maniqueísmo, abraçando a filosofia neoplatônica que ensinou a ele a espiritualidade de Deus e a negatividade do mal. Entretanto a conversão moral demorou ainda, por razões de luxúria. Finalmente, sobreveio a conversão moral e absoluta, em setembro de 386. Agostinho renunciou inteiramente ao mundo, à carreira, ao matrimônio; retirou-se para a solidão e o recolhimento, em companhia da mãe, do filho e de alguns discípulos, perto de Milão. Lá escreveu seus diálogos filosóficos, e, na páscoa do ano 387, juntamente com o filho Adeodato e o amigo Alípio, recebeu o batismo em Milão das mãos de Santo Ambrósio.
Abandonou Milão e voltou para Tagasta. Vendeu todos os bens, distribuiu o dinheiro entre os pobres e fundou um mosteiro. Ordenado padre em 391, e consagrado bispo em 395, governou a igreja de Hipona até à morte, durante o assédio da cidade pelos vândalos, a 28 de agosto do ano 430.
Após a conversão, Agostinho dedicou-se inteiramente ao estudo da Sagrada Escritura, da teologia revelada e à redação de suas obras, entre as quais as consideradas filosóficas, que, devido à mentalidade agostiniana em que a filosofia e teologia andavam juntas: Da Verdadeira Religião, As Confissões, A Cidade de Deus, Da Trindade, Da Mentira.
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