No livro “Al Noqtah Al Sawda'” (“O ponto preto”), do egípcio Walid Taher, um grupo de crianças derrota um misterioso e opressor “ponto preto”
Na Feira Internacional do Livro de Cairo deste ano, concluída no início de fevereiro, os livros mais procurados foram aqueles sobre a Primavera Árabe. Em árabe ou inglês, eles tem dominado as estantes das livrarias. Mesmo assim, pouquíssimos títulos infantis sobre as revoluções foram publicados. Os livros “25 canções para 25 de janeiro”, da Organização Geral de Livros Egípcios, e o árabe-francês “The Revolutionary's Pen”, que explica a revolução tunisina para as crianças, são alguns deles.
O jornal Egypt Independent observa que nas grandes livrarias de Cairo, as seções infantis continuam praticamente as mesmas desde antes de janeiro de 2011. A escritora libanesa Fatima Sharafeddine acredita que “no mundo árabe, nós não nos damos conta do que os eventos políticos significam para as crianças; não percebemos que elas são afetadas por eles”. Ela está trabalhando em um livro chamado “Habbat Rayahon Qawayaton” (“Um forte vento passou”), dedicado “ao Egito, às crianças egípcias, às crianças de todas as revoluções árabes”. Quando criança, a escritora viveu a Guerra Civil Libanesa, e escreveu um dos poucos livros infantis em língua árabe sobre a guerra, chamado “Fi Madinatee Harb” (“Na minha cidade, há uma guerra”).
A crise na Síria também será tema de um livro para os pequenos. A escritora Nadine Kaadan escreverá sobre “como a crise interfere no dia-a-dia das crianças e como elas são afetadas pela incerteza ao redor”. “Muitos autores sírios, e muitos adultos, também, estão sendo bem cuidadosos e até evitando o assunto nas conversas com as crianças, porque não querem assustá-las com as histórias de brutalidade e violência”, diz Kaadan. A psicóloga Dalia Danish sugere que os pais protejam as crianças, não permitindo que elas assistam aos telejornais, por exemplo; mas é importante responder sempre as perguntas dos pequenos. Os livros infantis são uma ótima maneira de iniciar esta conversa.
Leia o artigo completo, em inglês, no site do jornal Egypt Independent.
Assine a revista Samuel. Apoie a imprensa independente.
NULL
NULL