O ministro brasileiro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou nesta terça-feira (07/05) que o governo vai importar até 1 milhão de toneladas de arroz, sobretudo de países do Mercosul, por causa das inundações no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional desse grão.
O objetivo do governo é evitar o eventual “desabastecimento” e a “especulação” com os preços do arroz, que será vendido para pequenos mercados, nas periferias das cidades, especialmente no Nordeste do país.
De acordo com o ministro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que, em uma primeira etapa, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) comprará 200 mil toneladas de arroz em países como Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai, integrantes do Mercosul.
“Já está sendo preparada uma Medida Provisória autorizando a Conab a fazer compra na ordem de 1 milhão de toneladas. Já deixei isso muito claro com os produtores hoje, com os sindicatos, com a Federação da Agricultura: não é concorrer. Neste momento, é para evitar especulação com o arroz, até porque os produtores já têm para suprir a demanda nacional, porém, tem dificuldade logística. Com a dificuldade logística para abastecer, vem a especulação.”, reforçou durante a 5ª reunião ministerial na Sala de Situação do Rio Grande do Sul, no Palácio do Planalto.
“O problema é que teremos perdas do que ainda está na lavoura, e algumas coisas que já estão nos armazéns, nos silos, que estão alagados. Além disso, a grande dificuldade é a infraestrutura logística de tirar do Rio Grande do Sul e levar para os centros consumidores”, afirmou Fávaro sobre a situação.
Antes da declaração do ministro, o presidente Lula já havia falado sobre a proposta de importar arroz. “Se for o caso, para equilibrar a produção, a gente vai ter que importar arroz para que a gente coloque na mesa do povo brasileiro um preço compatível com aquilo que ele ganha”, declarou.
Paralelamente, a Conab informou que, a partir desta quarta-feira (08/05), começa a entregar cestas de alimentos a cozinhas que preparam refeições para as famílias atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
A catástrofe ambiental já deixou 95 mortos, 331 desaparecidos, cerca de 400 cidades afetadas e mais de 200 mil pessoas fora de casa.
(*) Com Ansa