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20 Minutos

GOG: o hip hop é de esquerda

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Rapper ressalta que governos petistas dialogaram com movimentos de periferia, mas limitando seus espaços de poder na cultura; veja vídeo na íntegra

Camila Alvarenga

Madri (Espanha)
2022-05-02T18:17:00.000Z

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No programa 20 MINUTOS ENTREVISTA desta segunda-feira (02/05), o jornalista Breno Altman entrevistou o rapper Genival Oliveira Gonçalves, o GOG, sobre o gênero e a cultura no Brasil, já que ele é também um formulador de políticas culturais.

Sendo um dos pioneiros do hip hop no Brasil, o artista explicou que o hip hop surgiu “no enfrentamento ao caos urbano”, veio de estratégias de ocupações e resistência em espaços inclusive mentais da diáspora africana. O que faz com que esteja “sempre em conflito porque o sistema imposto jamais vai concordar com as minhas letras”.

“Nenhuma música fez um trabalho tão profundo quanto o hip hop no sentido de se colocar, expor e denunciar, mas não como um denuncismo. É em primeira pessoa, no meu caso, escrevo em primeira pessoa, são minhas vivências. Não é no sentido do ego, mas da vivência e consciência negra”, contou.

Por isso, para ele, o hip hop é de esquerda. Apesar de o movimento ter criado e lutado por seu espaço sozinho, com resistência e ocupando espaços inicialmente “invisíveis”, “conversando com territórios periféricos, negros e querentes, com um trabalho apaixonante que é o hip hop”, foi o campo progressista que se prestou a dialogar e entender esse movimento. 

“Para 16 anos de pseudo esquerda, tivemos 500 anos da direita no poder, ou as pessoas acham que a monarquia era progressista? Só me resta me identificar mais com a esquerda, a esquerda sempre teve mais proximidade e quando o hip hop, que nasceu sem ser percebido, vai crescendo passa a ser observado e a esquerda vem buscar o diálogo. Mas a esquerda não se resume ao Partido dos Trabalhadores. É uma estratégia de pensamento, não um partido”, ponderou.

Com isso, para GOG, a música e a cultura de forma geral têm o potencial para a transformação social, para a superação de preconceitos e para garantir fartura a todos, algo incompatível com os projetos de direita.

Políticas culturais 

Segundo o rapper, se avançou muito durante os governo Lula e Dilma. O rapper inclusive foi membro do Conselho Nacional de Políticas Culturais da ex-presidente. Assim, foi taxativo: “tiveram a coragem de nos receber, mas o medo de colocar a política na nossa mão. Isso faz parecer que não avançou nada, mas não é bem assim, No plano simbólico, que é o mais importante, nos receberam. Foi de uma coragem que hoje falta”.

Wikimedia Commons
Rapper Genial Oliveira Gonçalves, o GOG, é o entrevistado de Breno Altman no 20 MINUTOS ENTREVISTA desta segunda-feira (02/05)

Ele reiterou que houve avanços durante os períodos petistas, mas não foi suficiente. GOG defendeu que as políticas culturais devem ser entregues nas mãos dos coletivos, são os próprios que devem decidir o que é necessário, ajudando a compor os mandatos públicos.

“Não podemos entregar a cultura na mão de um partido, não pode ser uma política de governo porque se acaba o governo, acaba a política. Precisa se transformar em política de Estado”, agregou. 

Por isso, para ele, espaços como o Conselho Nacional de Políticas Culturais não podem ser perdidos no futuro, já que nele foi possível que os próprios artistas discutissem como o campo cultural podia ser melhor trabalhado pelo Estado, “e eu consegui trazer a diversidade, a cara do povo, a cara da comunidade. Não podemos perder esses espaços”.

Por outro lado, o rapper criticou a Lei Rouanet, que ainda não atinge expressões artísticas da periferia e dá o dinheiro, arrecadado de impostos que a população paga, na mão de empresários, permitindo que eles decidam o que são expressões culturais “relevantes”. Isso, na visão de GOG, é preocupante principalmente do ponto de vista da disputa do campo simbólico e ainda mais após o golpe de 2016.

“A partir do governo Temer toda a política cultural passou a ser feita pelo empresário. Até o governo Dilma, com todas as críticas, tínhamos um rapper como membro do Conselho. Isso é um marco. Ocorre uma desconstrução e uma descontinuidade porque é a cultura que transforma. Quando você só fala de coisas do coração [exemplo em referência à música sertaneja], você não fala de revolução”, argumentou.

Portanto, esse deve ser o trabalho da esquerda no que diz respeito à cultura. GOG, que possui filiação política, mas que não quis revelar qual, destacou que um novo governo Lula terá de gastar mais com cultura “e incluir um livro na cesta básica, porque livro também é alimento, alimento para a mente. Precisamos apostar no simbólico”.

O rapper também vê a cultura como um ponto de diálogo que pode permitir à população entender a máquina do Estado e o motivo, por exemplo, que Lula precisa realizar uma aliança com Geraldo Alckmin, como citou. “Precisamos também focar na auto-gestão e em participar de mandatos públicos, atuar como coletivo, não colocar nossa solução nas mãos de um dono da verdade, salvador da pátria”, enfatizou.

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Guerra na Ucrânia

Rússia diz que assumiu o controle total de Lugansk

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Ministério da Defesa da Rússia afirma que suas tropas tomaram a cidade estratégica de Lysychansk, assegurando o controle da região de Lugansk, no leste da Ucrânia

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-07-03T20:53:00.000Z

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A Rússia reivindicou neste domingo (03/07) o controle de toda a região de Lugansk, no leste da Ucrânia, após a conquista da cidade estratégica de Lysychansk, que foi palco de intensos combates.

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, o titular da pasta, Serguei Shoigu, informou oficialmente "o comandante em chefe das Forças Armadas russas, Vladimir Putin, sobre a libertação da República Popular de Lugansk".

Mais tarde, o Estado-Maior da Ucrânia confirmou em um comunicado publicado no Facebook que as tropas ucranianas foram forçadas a se retirar de Lysychansk,

"Depois de intensos combates por Lysychansk, as Forças de Defesa da Ucrânia foram forçadas a se retirar de suas posições e linhas ocupadas", disse o comunicado.

"Continuamos a luta. Infelizmente, a vontade de aço e o patriotismo não são suficientes para o sucesso - são necessários recursos materiais e técnicos", disseram os militares.

Lysychansk era a última grande cidade sob controle ucraniano na região de Lugansk.

Na manhã deste domingo, o governador ucraniano da região de Lugansk, Serguei Gaidai, já havia sinalziado que as forças da Ucrânia estavam perdendo terreno em Lysychansk, uma cidade de 100.000 habitantes antes da guerra. "Os russos estão se entrincheirando em um distrito de Lysychansk, a cidade está em chamas", disse Gaidai no Telegram. "Eles estão atacando a cidade com táticas inexplicavelmente brutais", acrescentou.

A conquista de Lysychansk - se confirmada - pode permitir que as tropas russas avancem em direção a Sloviansk e Kramatorsk, mais a oeste, praticamente garantindo o controle da região, que já estava parcialmente nas mãos de separatistas pró-russos desde 2014.

Militärverwaltung der Region Luhansk/AP/dpa/picture alliance
Lysychansk está em ruínas após combates entre as forças russas e ucranianas

No sábado, um representante da "milícia popular de Lugansk" havia afirmado que os separatistas e as tropas russas haviam cercado completamente Lysychansk, algo que foi inicialmente negado pela Ucrânia

Explosões em cidade russa

Ainda neste domingo, a Rússia acusou Kiev de lançar mísseis na cidade de Belgorod, perto da fronteira entre os dois países.

"As defesas antiaéreas russas derrubaram três mísseis Totchka-U lançados por nacionalistas ucranianos contra Belgorod. Após a destruição dos mísseis ucranianos, os restos de um deles caíram sobre uma casa", informou o porta-voz do ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.

O governador da região, Viacheslav Gladkov, já havia anunciado anteriormente a morte de pelo menos três pessoas em explosões naquela cidade.

As acusações levantadas por Moscou foram divulgadas um dia depois de a Ucrânia denunciar o que chamou de "terror russo deliberado" em ataques na região da cidade ucraniana de Odessa.

Segundo autoridades militares e civis ucranianas, pelo menos 21 pessoas, incluindo um menino de 12 anos, foram mortas na sexta-feira por três mísseis russos que destruíram "um grande edifício" e "um complexo turístico" em Serhiivka, uma cidade na costa do Mar Negro, a cerca de 80 km de Odessa, no sul da Ucrânia.

"Isso é terror russo deliberado e não erros ou um ataque acidental com mísseis", denunciou o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, na noite de sexta-feira, enquanto as autoridades locais asseguraram que "não havia qualquer alvo militar" no local dos ataques.

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