As companhias de seguros no Chile devem duplicar o contingente de inspetores de sinistros para agilizar o pagamento das apólices após o terremoto que atingiu o Chile em 27 de fevereiro, de acordo com a Associação de Resseguradores do Chile (Aach). No entanto, o processo deve durar mais tempo do que o normal.
O gerente geral da Aach, Jorge Claude, explicou ao jornal chileno La Tercera que o cálculo dos estragos deve ser feito por especialistas, portanto, o processo não durará alguns meses. “As companhias estão reforçando o número de funcionários e é provável que a totalidade de inspetores, que hoje é de 400 em todo o país, dobre”, afirmou. O setor de seguros calcula que terá de atender cerca de 100 mil sinistros somente de residências.
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Claude ressaltou que a inspeção dos locais “não dura somente um ou dois minutos, é um trabalho demorado, pois os funcionários devem estar atentos ao estado das fissuras e se estas comprometem ou não a estrutura” e após concluída a primeira fase de inspeção, “definir a reparação e quanto a pessoa receberá”.
A Aach afirma que em condições ideais um inspetor consegue avaliar cerca de quatro sinistros por dia. Dessa forma, as seguradoras reconhecem a preocupação pela demora em pagar os clientes e pedem paciência. Claude garantiu que todas as empresas têm os recursos financeiros necessários para pagar os sinistros e que se houver demoras, não se trata de uma postergação do prazo, mas sim limitações físicas e logísticas.
Importação de inspetores
O diretor da HDI seguros, Patricio Aldunate, afirmou que “é primordial o contato direto dos inspetores com os sinistros e que as avaliações devem ser feitas por pessoas preparadas”. Para cumprir essa tarefa, as empresas estão recorrendo a auditores que trabalham fora do Chile.
O grupo RTS levou ao Chile peritos dos escritórios de Madri, Buenos Aires, Bogotá e Miami. Porta-vozes da seguradora Mapfre revelaram que receberam apoio do exterior, não somente com a vinda de peritos, mas também de operadores de telemarketing.
O diretor da RSA Seguros, Ignacio Barriga, confirmou que “há uma equipe da RSA Internacional trabalhando no Chile para agilizar os processos”.
Para evitar também um colapso de consultas, as companhias flexibilizaram os prazos das denúncias dos sinistros até que a situação seja normalizada nas zonas mais afetadas, disse Daniel Povedano, gerente de seguros da seguradora Everis.
De acordo com Barriga, “a apólice que registra mais consultas é a de residências”. Cálculos feitos por seguradoras internacionais mostram que serão necessários quatro bilhões de dólares para o pagamento das apólices, enquanto a Aach posiciona esse montante em 2,7 bilhões de dólares.
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