No último dia de mandato, Michelle Bachelet afirmou hoje (11) estar “orgulhosa” do desempenho de seu governo e que se entristece por entregar a faixa presidencial a Sebastián Piñera em um momento difícil para o Chile, após o terremoto que abalou o país no dia 27 de fevereiro.
Presidencia.cl (10/03/2010)
Bachelet abraça moradora de Bucalemu, região afetada pelo terremoto
“Há uma mistura de emoções, porque partimos tristes pelo que aconteceu, que causou tanta dor a tanta gente, mas tranquilos, pois cumprimos o prometido e nunca estivemos ausentes. Diria que estou orgulhosa do que fomos capazes de construir, no papel que desempenhamos como governo”, disse, emocionada, segundo o jornal chileno La Tercera.
Chilenos se despedem de Bachelet:
Quanto aos pedidos para que se candidate às eleições em 2014, a presidente respondeu: “Hoje é o nosso último dia, isso é o que importa, portanto, não façamos política de ficção”.
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Por sua parte, o ministro do Interior, Edmundo Pérez Yoma, opinou que o governo Bachelet “foi um dos melhores da história republicana chilena e que a equipe parte com o carinho do povo, uma grande aprovação da presidente (84%) e o sentimento de fizemos as coisas certas. Esse governo será reconhecido no futuro como um grande governo”.
Concertação
Ontem (10), Bachelet falou em cadeia nacional pela última vez como presidente, acompanhada de sua equipe de ministros, e fez um balanço da atuação do governo ao longo dos cinco anos de mandato e frente ao terremoto. Ela enalteceu o papel da Concertação desde a redemocratização do país.
“Tenho orgulho de ter liderado um governo que realizou mudanças sensíveis na área da justiça social e isto não seria possível sem as transformações feitas pelos presidentes [antecessores] Patrício Aylwin, Eduardo Frei e Ricardo Lagos”, relembrou Bachelet.
“Sou representante de uma coalizão que mostrou um trabalho muito sólido, que a história saberá reconhecer. Reivindico as imensas conquistas ao longe desses 20 anos. Graças ao progresso nesses anos, entregaremos ao novo governo um país política, social e economicamente estável, mais justo e solidário, respeitado internacionalmente e com ampla credibilidade no trabalho das autoridades.”
Segundo ela, “o terremoto e os tsunamis serviram para mostrar que precisamos de um Estado mais sólido, com capacidade suficiente para proteger em conjunto a população, em particular os que estão em desvantagem”.
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