O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, decretou nesta segunda-feira (15/02) a Lei de Emergências para controlar os protestos contra as medidas restritivas da covid-19 que acontecem desde o final de janeiro em várias partes do país.
“O governo federal invocou a Lei de Emergências para complementar a capacidade provincial e territorial de lidar com ocupações e bloqueios ilegais de estradas”, anunciou o premiê, acrescentando que as forças militares não serão mobilizadas.
Os protestos antivacinas, que contam com a adesão de uma parte da população, eclodiram há mais de duas semanas após o governo canadense definir que os caminhoneiros não vacinados que viajam aos Estados Unidos devem fazer quarentena ao regressar do país vizinho.
A medida, anunciada em 15 de janeiro, desagradou uma parcela dos profissionais.
O movimento, chamado de “Caravana da Liberdade”, está sendo composto e organizado por alas da extrema-direita canadense. Apesar de afirmarem que se trata de um protesto de caminhoneiros, a própria Canadian Trucking Alliance (Aliança Canadense de Caminhões) não concorda com os atos, apontando que cerca de 90% dos trabalhadores da área já estão vacinados.
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Manifestações chamadas de "Caravana da Liberdade" protestam contra a imunização contra covid com vacinas
Trudeau explicou que a aplicação da lei será “limitada no tempo e direcionada geograficamente” para lidar com as manifestações, e para “reforçar e apoiar” o trabalho da polícia canadense.
O primeiro-ministro disse ainda que a invocação da lei não visa suspender o direito de manifestação ou limitar a liberdade de expressão. “O que queremos é assegurar a segurança dos canadenses, proteger os empregos dos trabalhadores e restabelecer a confiança nas nossas instituições”, afirmou.
Por meio dessa medida, o governo do Canadá pode ordenar a suspensão das contas financeiras de entidades suspeitas de incentivar bloqueios de estradas ou ocupações ilegais. A última vez que a lei foi invocada no país foi em 1970, quando o então primeiro-ministro Pierre Trudeau, pai do atual premiê, usou a Lei de Medidas de Guerra contra o grupo separatista Front de Libération du Québec.
Alguns governos provinciais, no entanto, rejeitaram a aplicação da lei, como em Alberta, Manitoba e Saskatchewan. A província canadense de Ontário, por outro lado, já havia declarado estado de emergência desde a última sexta-feira (11/02).
(*) Com TeleSur.