O governo interino da Bolívia declarou quarentena total por 14 dias em todo o país, a partir da zero hora de domingo (22/03), para barrar o avanço do covid-19. Fica assim proibida a circulação de pessoas em todo território nacional.
Essa medida amplia as decisões restritivas anteriores, tomadas pela presidente interina, Jeanine Áñez, em 17 de março, como o fechamento da fronteira, suspensão dos voos internacionais, redução da jornada de trabalho e toque de recolher das 18h às 5h.
Agora, com a quarentena, os bolivianos (mais de 11 milhões de habitantes) devem ficar em casa as 24 horas do dia. Somente uma pessoa por família poderá sair para ir aos supermercados e centros de abastecimento, que ficarão abertos até as 12h de cada dia.
Durante a quarentena total, também foram reduzidos os preços da eletricidade e estão proibidos os cortes de gás, água e internet. Os transportes públicos estão suspensos e só será dada permissão para transportar trabalhadores de empresas que devem continuar funcionando e de pessoas que trabalhem em serviços de saúde e nos considerados indispensáveis como água, luz e gás.
Só funcionarão sem interrupção farmácias, hospitais e centros de saúde.
Neste sábado (21/03), a população boliviana fez uma “corrida” aos supermercados para se abastecer de gêneros de primeiras necessidades e alimentos. Algumas prateleiras já ficaram vazias.
Eleição
A medida também provocou a suspensão, por 14 dias, do calendário eleitoral boliviano, o que deve levar a uma nova data para a eleição presidencial, inicialmente prevista para o dia 3 de maio.
O presidente do Tribunal Supremo Eleitoral, Salvador Romero, disse que irá conversar com os líderes políticos e candidatos para discutir uma nova data para a eleição ao fim do período de quarentena.
Para que a eleição seja oficialmente adiada, é necessária a aprovação da Assembleia Legislativa Plurinacional.
(*) Com os enviados especiais a La Paz