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'O Bandido da Luz Vermelha' e a loucura de nossos dias

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'O Bandido' é um filme totalmente desesperançado (a solução para o Brasil é o extermínio, grita o anão) que percebe que o novo país urbano fracassou e que só era possível avacalhar

Haroldo Ceravolo Sereza

São Paulo (Brasil)
2020-03-05T15:00:00.000Z

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O texto abaixo encontrei num arquivo cheio de papéis velhos. Gosto dele, apesar do tom. Publico para que não se perca, não porque concorde em tudo comigo mesmo. E porque alguma coisa de lá fala também com nossos tempos.

Concluí o trabalho em 17 de agosto de 1994, para a disciplina de Cinema Brasileiro, na ECA-USP. 

Todo o desbunde e o deboche que chega às telas com o o cinema marginal mostra que a revolução que a esquerda acreditava não era mais viável há muito tempo. O desenvolvimento econômico dos anos 1950, principalmente durante o governo JK, promove no país um êxodo rural e uma concentração urbana que a esquerda não consegue compreender. 

Assim, ainda sob forte influência da Coluna Prestes, que se finalizara em 1927, e da Grande Marcha de Mao, que acabara em 1935, ela passa anos defendendo uma revolução socialista que viesse do campo, totalmente dissociada da realidade do novo país urbano que nascia. Nas artes, esse desejo se manifesta principalmente através do Teatro de Arena e do Cinema Novo.

Tom Zé, por exemplo, diz que a ideologia da esquerda, até o Tropicalismo, era muito bem expressa por uma capa da revista Civilização Brasileira em que um pescador segurava um peixe. Esse era o país que a esquerda queria, apesar de todas as modificações que haviam acontecido uma década antes.

É verdade que o êxodo rural não trouxe somente as pessoas do campo, mas também suas mentalidades. Quem melhor trabalhava com isso era a direita, que se utilizava do discurso religioso para atacar o comunismo. Foi essa habilidade que a ajudou a chegar ao poder na marra em 1964.


Reprodução
Cena do filme 'O Bandido da Luz Vermelha', de Rogério Sganzerla

Bom, voltando a O Bandido da Luz Vermelha. Com o rompimento com o engajamento político do Cinema Novo, o filme de Rogério Sganzerla consegue perceber que o país mora na cidade, não mais no campo. E que qualquer revolução, nessa nova situação, era impossível.

Não por acaso, a voz radiofônica que narra o filme conclui, ao seu final: “Sozinho a gente não vale nada. E daí?”

O Bandido é um filme totalmente desesperançado. A solução para o Brasil é o extermínio, grita o anão. O bandido percebe que esse novo país urbano fracassou e que só era possível avacalhar. Avacalhar com os políticos (que chegam a prometer o natal para a criança malcriada e chicletes para os pobres mastigarem), com a polícia, com a sociedade, com tudo. É um país que não tem certeza de nada – aliás, nunca teve.

O cinema marginal que nascia com O bandido consegue, então, junto com o Teatro de Zé Celso e com o Tropicalismo, entender que a urbanização e a industrialização do país eram irreversíveis, apesar de não serem redentoras (vide “Parque Industrial”, do disco Tropicália ou Panis et Circenses).

E que, no Terceiro Mundo, em particular num país dominado por um regime ditatorial, só permaneceria livre quem provasse sua loucura. Ser louco não era o suficiente.

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Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-01-18T22:46:00.000Z

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A multinacional Pfizer alterou novamente seu plano de entrega das vacinas anti-covid à Itália nesta segunda-feira (18/01), o que atrasará o recebimento das novas doses. 

Hoje, a farmacêutica entregou cerca de 103 mil doses ao governo italiano das 397 mil previstas para esta semana. A expectativa é de que somente 53.820 ampolas sejam recebidas amanhã (19/01), enquanto que outras 241 mil devem chegar ao país na quarta (20/01).

A mudança foi divulgada pela Pfizer nesta tarde e um comunicado foi enviado ao gabinete de Domenico Arcuri, da comissão italiana para a pandemia, explicando que o atraso se deve ao novo plano de distribuição para os próximos dias.


Corrida da vacina: quais países já começaram a imunizar contra a covid-19?


"Mais um atraso inacreditável", lamentou o comissário extraordinário da Itália, ressaltando que as novas alterações precisarão ser debatidas durante um encontro com as autoridades regionais.

Segundo Arcuri, diversos governadores italianos já pediram sua intervenção para ajudar na distribuição das doses do imunizante. Uma das hipóteses que devem ser discutidas é o desenvolvimento de uma espécie de "mecanismo de solidariedade", no qual as regiões com mais vacinas ajudam as que têm menos.

Na semana passada, a Pfizer já havia comunicado unilateralmente que a partir desta segunda-feira entregará à Itália cerca de 29% de ampolas de vacina a menos do que o planejamento que havia sido compartilhado com as autoridades italianas. O país, porém, não é o único a sofrer com a medida da farmacêutica, que já foi duramente criticada por nações da União Europeia por não adequar a decisão aos contratos assinados.

A BNT 162b, desenvolvida em parceria com o laboratório alemão BioNTech foi a primeira vacina anti-Covid aprovada no bloco europeu e começou a ser aplicada no dia 26 de dezembro. (*Com Ansa)

Mapa do coronavírus no mundo

Como usar o mapa: Use as abas para mudar de categoria. Em "Totals", você vê os dados consolidados; em "World", os números por país; em "Plots", você vê a evolução dos números em gráficos; em Map, o mapa geral de casos; em US, o número de casos por Estado nos EUA. Caso as abas não apareçam, use a setinha para mudar.

O mapa mundial foi desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins e está disponível somente em inglês.


Veja como está a confirmação dos casos em países selecionados da América Latina (defasagem de 24 horas):

Aqui você vê animações gráficas que mostram a evolução do número de casos e de mortos ao longo do tempo. Essas animações estão sempre um dia defasadas, pois dependem da compilação de dados feita pelo Centro Europeu de Prevenção de Doenças e Controle.

Para ver a animação ao longo do tempo, clique duas vezes no botão de play que se encontra no canto inferior esquerdo.

Gráfico de casos de coronavírus no mundo

Gráfico de mortes de coronavírus no mundo

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(*) A primeira versão deste texto foi publicada em 17 de março de 2020, e está sendo atualizado constantemente nesta URL.

Saúde

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