Movimentos sociais e por direitos humanos cobraram respostas e exigiram retratação de um hospital na Espanha após uma paciente de 19 anos ter sido “diagnosticada com homossexualidade”.
A jovem deu entrada no centro médico Reina Sofía, na cidade de Murcia, na última segunda-feira (04/10) para tratar de problemas relacionados à sua menstruação e, após ser examinada recebeu uma ficha com a informação: “Doença atual: homossexualidade”.
Ao jornal espanhol El Diario, a mãe da paciente afirmou que o ginecologista que atendeu sua filha havia perguntado se poderia incluir a orientação sexual da paciente na ficha médica, o que foi consentido pela jovem. O espanto veio quando descobriram que a informação havia sido acrescentada na área de doenças.
O caso chamou a atenção de movimentos sociais por direitos humanos, que condenaram a ação do hospital e exigem uma retratação.
“A Organização Mundial da Saúde removeu homossexualidade da lista de doenças mentais em 1990 e, ainda assim, 31 anos depois, ainda existem profissionais no serviço de saúde de Murcia que enxergam orientação sexual como doença”, disse o coletivo Galatyco em nota.
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Movimentos sociais exigem retratação do hospital
A organização, que luta pelo direitos das pessoas LGBT+, já registrou uma reclamação formal junto ao governo regional da cidade e disse que o episódio não é apenas um incidente isolado.
“Nossa associação já recebeu inúmeros relatos de tratamentos ofensivos por conta de orientação sexual ou de gênero. Nós achamos alarmante, inaceitável e intolerável que existam profissionais responsáveis por nossa saúde que ignoram as realidades das pessoas LGBT”, disse a organização.
Também ao jornal El Diario, um porta-voz do governo de Murcia disse que as autoridades “tomarão todas as medidas necessárias para estabelecer os fatos e tomar as medidas apropriadas”.