Sexta-feira, 14 de novembro de 2025
APOIE
Menu

Autoridades palestinas declararam nesta quarta-feira (11/05) que irão denunciar Israel pelo assassinato da jornalista Shireen Abu Akleh, correspondente palestina da emissora catari Al Jazeera, ao Tribunal Penal Internacional, em Haia. A decisão foi informada pelo ministro de Assuntos Civis, Hussein Al Sheikh, nas redes sociais. 

O Ministério das Relações Exteriores do Estado da Palestina, por sua vez, exigiu que o TPI abra “imediata e urgentemente uma investigação sobre os crimes de Israel contra jornalistas e pessoal da mídia”.

A pasta ainda afirmou que “Israel atacou e matou deliberadamente Shireen Abu Akleh, que é mais uma vítima da inação deliberada da comunidade internacional em responsabilizar Israel por seus crimes contínuos”.

“Com sua reportagem destemida e sua poderosa persistência, Shireen se tornou um ícone da verdade. Uma heroína nacional para aqueles cujas vozes foram silenciadas pelos crimes de Israel”, acrescentou o Ministério sobre a jornalista.

“Investigação imparcial e independente” 

Em entrevista à Al Jazeera, Sherif Mansour, coordenador do Programa do Oriente Médio e Norte da África do Comitê de Proteção a Jornalistas, pediu uma investigação “abrangente e transparente” sobre o crime contra a jornalista. 

“O momento é crucial aqui porque está acontecendo exatamente um ano depois que a ONU pediu uma investigação sobre as ações das autoridades israelenses contra pelo menos 28 meios de comunicação no ano passado”, afirmou Mansour, acrescentando que espera que esse caso “encoraje as capitais ocidentais” a se posicionar diante de autoridades israelenses.

O coordenador disse ainda que o comitê documentou pelo menos 18 casos de jornalistas mortos em Israel e nos territórios palestinos ocupados desde 1992, acrescentando que “não houve justiça” em nenhum desses casos.   

Entidades e organizações internacionais pedem investigação ‘imparcial’ e ‘independente’; Shireen Abu Akleh foi alvejada na cabeça durante uma cobertura jornalística

Twitter/@ShireenNasri

Jornalista palestino-americana Shireen Abu Aqleh, uma das estrelas do canal Al Jazeera, morreu ao ser atingida por tiros nesta quarta

Já o porta-voz chefe do serviço diplomático da União Europeia, Peter Stano, afirmou que uma investigação “completa e independente” deve acontecer de forma a “esclarecer todas as circunstâncias desses incidentes o mais rápido possível e que os responsáveis sejam levados à justiça”.

Por sua vez, a Casa Branca também condenou o assassinato de Abu Akleh, descrevendo-a como uma “lenda da reportagem”

“Pedimos uma investigação imediata, completa e total responsabilidade. Sua morte é uma perda trágica e uma afronta à liberdade de mídia em todos os lugares, afirmou a representante por meio das redes sociais. 

A jornalista palestino-americana Shireen Abu Aqleh, uma das estrelas do Al Jazeera, morreu ao ser alvejada na cabeça, nesta quarta, quando cobria uma operação do exército israelense no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada. 

O cinegrafista Ali al-Samoudi, que a acompanhava, foi ferido nas costas, mas está em condição estável. “Nós íamos filmar o ataque do exército israelense e, de repente, eles atiraram em nós sem nos pedir para sair ou parar de filmar. A primeira bala me acertou e a segunda acertou Shireen. Não houve resistência militar palestina no local”, relatou Ali al-Samoudi.

A emissora Al Jazeera afirmou que a repórter, uma palestina cristã de 51 anos, foi assassinada “deliberadamente e a sangue frio” pelas forças de Israel, exigindo que a comunidade internacional responabilize Tel Aviv. O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, alegou por sua vez que “provavelmente” a correspondente foi morta por tiros palestinos.

(*) Com Brasil de Fato e TeleSur.