Pelo menos 45 pessoas foram mortas e outras 100 ficaram feridas em um bombardeio israelense na noite de sábado (04/11) contra o campo de refugiados Maghazi, no centro da Faixa de Gaza, de acordo com um relatório publicado neste domingo (05/11) pelo Ministério da Saúde do Hamas.
“O número de ‘mártires’ no massacre de Maghazi aumentou para 45”, afirmou o Ministério em um comunicado. O porta-voz do Ministério, Ashraf Al-Qudra, relatou inicialmente “mais de 30 ‘mártires’” transportados para o hospital “após o massacre cometido pela ocupação no campo Maghazi”. A maioria das vítimas “são crianças e mulheres”, acrescentou o Ministério, afirmando que as casas foram diretamente visadas.
Um jornalista da agência turca Anadolu denunciou que sua casa desabou parcialmente quando um ataque aéreo atingiu as casas de seus vizinhos no campo Maghazi, matando muitas pessoas, incluindo dois dos seus filhos.
“Um ataque aéreo israelense teve como alvo a casa dos meus vizinhos no campo de Maghazi, a casa vizinha ruiu parcialmente e meus filhos Ahmed, 13 anos, e Qais, 4 anos, e meu irmão foram mortos, enquanto minha mulher, minha mãe e dois dos meus filhos ficaram feridos”, declarou Muhammad Alaloul, de 37 anos.
Quando questionado, um porta-voz do exército israelense respondeu que estava verificando se as forças israelenses estavam operando na área do campo de Maghazi. Na sexta-feira (03/11), o exército israelense admitiu ter atingido uma ambulância em frente ao Hospital Al-Shifa, alegando que o veículo estava sendo “usado” pelo Hamas. Este atentado deixou 15 mortos e 60 feridos, de acordo o Ministério da Saúde do Hamas.
Biden diz 'sim' à pausa humanitária
Combates entre soldados israelenses e combatentes do Hamas aconteceram no sábado (05/11) na Faixa de Gaza, onde o movimento islâmico palestino anunciou a suspensão da retirada de estrangeiros e de binacionais para o Egito, devido à recusa de Israel em permitir a saída dos palestinos feridos, sob o risco de que membros do Hamas estejam entre eles.
Twitter/RTVE
Campo de refugiados Maghazi, em Gaza, é bombardeado por Israel e pelo menos 45 pessoas morrem
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, relatou avanços na garantia de uma pausa humanitária nesta guerra. Questionado se houve progresso neste assunto, Biden respondeu “sim” com um sinal de positivo ao sair de uma igreja.
O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, se reuniu com seus colegas dos países árabes em Amã, após uma visita a Israel, e reiterou seu apelo a “pausas humanitárias”, visando ajudar a proteger os civis e canalizar mais ajuda para a Faixa de Gaza sitiada.
Ele reiterou, no entanto, que seu país considera que um cessar-fogo apenas “manterá o Hamas”, considerado um grupo “terrorista” pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por Israel. Israel rejeitou na sexta-feira (03/11) os apelos a “pausas humanitárias”, exigindo a libertação dos reféns levados para Gaza em 7 de outubro pelo grupo islâmico palestino
No sábado (04/11), um dos bombardeios israelenses atingiu uma escola da ONU onde palestinos deslocados estavam abrigados no campo de refugiados de Jabalia, matando 15 pessoas. O Hamas também relatou na noite de sexta-feira (03/11) um ataque a uma escola transformada em um abrigo improvisado para também deslocados no norte da Faixa de Gaza, deixando 20 mortos e dezenas de feridos.
De acordo com um relatório publicado no sábado (05/11) pelo governo do Hamas, 9.488 pessoas, principalmente civis, incluindo cerca de 3,9 mil crianças, foram mortas por ataques israelenses na Faixa de Gaza desde o início do conflito desencadeado pelo ataque do movimento islâmico palestino Hamas ao território israelense, em 7 de outubro.
Em Israel, pelo menos 1,4 mil pessoas foram mortas, de acordo com as autoridades, desde 7 de outubro, a maioria delas civis no dia do ataque do Hamas. Informações do exército apontam que o Hamas também mantém 241 reféns.