As evacuações em Gaza de moradores feridos e portadores de passaportes estrangeiros pela passagem de Rafah para o Egito foram suspensas desde sábado (04/11), após um ataque israelense na sexta-feira (03/11) a um comboio médico da região usado para transportar feridos. Os militares israelenses disseram, sem provas, que o veículo transportava militantes do Hamas.
De acordo com a AFP, um funcionário palestino informou que o Hamas suspendeu a evacuação após Israel se recusar a permitir a saída de palestinos feridos para receber tratamento em hospitais egípcios.
Já segundo a agência Reuters, apenas caminhões de ajuda conseguiram transitar, apesar da passagem de Rafah para a península egípcia do Sinai ser o único ponto de saída de Gaza não controlado por Israel.
As evacuações começaram na quarta-feira (01/11) por um acordo mediado internacionalmente que permite a saída do enclave de alguns portadores de passaportes estrangeiros e de alguns feridos de Gaza. Neste domingo (05/11), ao contrário dos dias anteriores, a autoridade fronteiriça de Gaza não publicou a lista de titulares de passaportes estrangeiros aprovados.
Ainda de acordo com a agência Reuters, o Egito trabalha para poder reabrir a fronteira do lado egípcio que costumava estar sempre liberado para qualquer evacuado.
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Ataque israelense em frente ao Hospital al-Shifa tem como alvo comboio médico em Gaza
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e as agências de ajuda humanitária que trabalham em Gaza condenaram o ataque aéreo de Israel ao comboio médico na sexta-feira (03/11).
“Estou horrorizado com o ataque em Gaza a um comboio de ambulâncias em frente ao hospital Al Shifa. As imagens de corpos espalhados na rua em frente ao hospital são angustiantes”, desabafou o diplomata.
Desde a intensificação dos ataques israelenses sobre a Faixa de Gaza, campos de refugiados, escolas e abrigos estão sendo bombardeados constantemente, resultando na morte de centenas de civis.
Neste domingo (05/11), o Ministério da Saúde de Gaza já registrou ao menos 9.770 mortes, sendo 4.008 crianças. Já as autoridades israelenses contabilizam mais de 1.400 de seus civis mortos pelo Hamas, sendo a maior parte na primeira ofensiva lançada pelo grupo em 7 de outubro.