A reação de repúdio do governo de Israel às declarações do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, comparando o massacre do povo palestino cometido pelas operações militares de Tel Aviv na Faixa de Gaza com o extermínio de judeus durante a Alemanha nazista, foi respondida nesta segunda-feira (19/02) pelo ministro da Secretaria de Comunicação (SECOM) do governo, Paulo Pimenta.
Segundo o representante do Governo Lula, as palavras do mandatário, alegando que elas “sempre foram pela paz e para fortalecer o sentimento de solidariedade entre os povos”.
“O ministro da defesa de Israel (Yoav Gallant) divulga uma fake news. O Brasil sempre, desde 7 de outubro, condenou os ataques terrorista do Hamas em todos os fóruns. Nossa solidariedade é com a população civil de Gaza, que está sofrendo por atos que não cometeram”, afirmou Pimenta, em referência à acusação do mencionado funcionário israelense ao presidente Lula, por supostamente “apoiar uma organização terrorista (em alusão ao Hamas)”.
O ministro da defesa de Israel divulga uma fake news. O Brasil sempre, desde 7 de outubro, condenou os ataques terrorista do Hamas em todos os fóruns. Nossa solidariedade é com a população civil de Gaza, que está sofrendo por atos que não cometeram. Já são mais de 10 mil…
— Paulo Pimenta (@Pimenta13Br) February 18, 2024
O ministro brasileiro divulgou a declaração em suas redes sociais, nas quais também afirmou que “já são mais de 10 mil crianças mortas em Gaza. O número de mortos está próximo de 30 mil pessoas e 70% destas mortes são de mulheres. Ainda, existem cerca de 10 mil pessoas desaparecidas sob os escombros. Em torno de 1,7 milhão de palestinos não tem acesso a água potável, comidas e remédios”.
Ricardo Stuckert / Presidência da República
Declarações de Lula criticando a ofensiva militar em Gaza desagradaram o governo de Israel
“A comunidade internacional não pode calar diante do massacre de um povo que não pode sofrer um extermínio pelos crimes cometidos por um grupo que deve ser punido pelo que fez”, completou Pimenta.
Contexto
A polêmica surgiu após a declaração de Lula durante uma coletiva realizada neste domingo (18/02), na Etiópia.
Diante de uma pergunta sobre a decisão de Israel de bloquear o envio de ajuda humanitária através de comboios da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados Palestinianos no Oriente Médio (UNRWA, por sua sigla em inglês), o presidente brasileiro disse se referiu à acusação israelense de que os trabalhadores dessa entidade seriam ligadas ao grupo palestino Hamas dizendo que se houve um erro dentro da instituição, deve ser investigado e quem cometeu o erro punido, mas isso não pode levar à suspensão da ajuda humanitária a um povo que passou tantas décadas tentando construir o seu Estado”, disse Lula.
Na mesma resposta, o presidente brasileiro acrescentou que “o que está acontecendo hoje com o povo palestino não tem precedentes na história do mundo. Na verdade, houve um momento em que Hitler decidiu matar os judeus”.