O Ministério da Defesa de Israel está comprando 40 mil tendas para preparar uma evacuação massiva aos mais de um 1.5 milhão de palestinos que se encontram abrigados na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, antes de iniciar suas operações militares na região.
A informação foi confirmada por uma autoridade israelense nesta terça-feira (09/04), após a pasta do governo de Tel Aviv publicar uma licitação buscando um fornecedor para a aquisição das estruturas, de acordo com o jornal The Times of Israel.
Ainda segundo o veículo local, a fonte, sob condição de anonimato, informou que as tendas faziam parte dos preparativos da operação e seriam “suficientes para abrigar quase 500 mil pessoas”.
No dia anterior, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, sem fornecer detalhes, tinha afirmado que “há uma data” marcada para invadir Rafah, uma vez que, na avaliação dele, a vitória israelense “exige a eliminação dos batalhões terroristas que estão lá”.
Sobre isso, nesta terça-feira, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, aproveitou a conferência de imprensa conjunta com seu homólogo britânico para dizer que as conversações com Israel sobre Rafah estão em curso e haverá uma reunião a respeito dessa pauta na semana que vem.
“Não temos uma data para nenhuma operação no Rafah. Pelo contrário, o que temos é uma conversa permanente com Israel. O presidente [Joe Biden] tem sido muito claro sobre nossas preocupações em relação à capacidade de Israel em retirar os civis do perigo, cuidar deles e conduzir uma grande operação militar que não cause danos aos civis”, afirmou Blinken aos jornalistas.
Desde o início do agravamento das ataques israelenses na Faixa de Gaza, a população de Rafah aumentou para mais de um milhão de pessoas, Desde 7 de outubro, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) evacuaram os palestinos para o sul do enclave enquanto continuavam suas operações em outras regiões sob a justificativa de “eliminar o Hamas”.
Diversos países da comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, principal nação aliada, já declararam publicamente que se opõem à conduta israelense de querer invadir o sul do enclave, argumentando que as incursões colocariam em risco centenas de milhares de civis e agravaria o que a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu como uma “catástrofe humanitária”.