O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, está em Pequim onde se reúne com o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, para se preparar para a visita do presidente russo Vladimir Putin nas próximas semanas. Wang Yi disse nesta terça-feira (09/04) que quer “fortalecer a cooperação estratégica” entre a China e a Rússia.
Mesmo que seja “sólida como uma rocha” e “sem limites”, a amizade sino-russa precisa ser cultivada. Sergei Lavrov, que está na China para fortalecer os laços entre Moscou e Pequim, partirá na noite desta terça-feira satisfeito, segundo afirma a imprensa russa.
Wang Yi teria assegurado a Lavrov seu desejo de “fortalecer a cooperação estratégica” entre os dois países, de acordo com a RIA Novosti.
Objetivos para as relações sino-russas
Por enquanto, a citação não foi publicada pela imprensa estatal chinesa, particularmente o Beijing News, que, em vez disso, aponta para os “cinco objetivos” buscados pela diplomacia chinesa em um relacionamento entre dois aliados com base em uma parceria “win-win” (ganha-ganha, em inglês).
Parceria esta que segue as diretrizes estratégicas dos dois chefes de Estado: “não visa nenhum terceiro país”, “está do lado dos não alinhados”, é “contra qualquer hegemonia”, e visa promover um modo “multipolar e ordenado”. Essas salvaguardas foram repetidas várias vezes em todas as cúpulas sino-russas anteriores.
Corrida diplomática
Embora no papel Moscou e Pequim estejam cantando a mesma música da hegemonia ocidental condenada ao esquecimento, a China não está no mesmo isolamento que a Rússia e toma cuidado para não se isolar da Europa e dos Estados Unidos.
O ministro das Relações Exteriores da França, Stéphane Séjourné, esteve em Pequim há alguns dias, e o chanceler alemão, Olaf Sholz, é esperado na China no próximo sábado (13/04).
O presidente da República Popular da China, Xi Jinping, também deve visitar a França e um ou dois outros países europeus no início de maio.
Nessa corrida diplomática, Vladimir Putin pretende fazer sua primeira visita à China após sua reeleição, de acordo com informações da agência Reuters. Segundo a agência, Putin poderia fazer esforços para realizar a visita antes da partida do presidente chinês para a Europa.
E a Ucrânia?
Oficialmente, porém, a China tem apelado ao respeito da integridade territorial dos Estados, incluindo a Ucrânia, na guerra com a Rússia há mais de dois anos.
Em fevereiro, o ministro Wang Yi, assegurou ao ministro das Relações Exteriores ucraniano da mesma pasta, Dmytro Kuleba, que a China “não vende armas letais” para a Rússia.