Correndo atrás de apoio financeiro dos Estados Unidos, Volodymyr Zelensky manifestou a dependência de seu país com as autoridades norte-americanas. “É uma questão de vida ou morte para a Ucrânia, e o tempo é crucial”, foram as palavras levadas pelo líder ucraniano ao Congresso norte-americano e à Casa Branca, nesta terça-feira (12/12) em um apelo para desbloquear auxílios na guerra contra a Rússia.
É a terceira vez que Zelensky visita Washington desde o início do conflito com Moscou. No entanto, desta vez, o clima mudou em comparação às reuniões anteriores, quando o presidente ucraniano foi bem recebido, ganhando, logo de cara, 50 bilhões de dólares em ajuda.
Zelensky, desta vez, se deparou com uma resistência entre os republicanos, que condicionaram a aprovação aos novos fundos (61 bilhões de dólares) a duas questões inegociáveis do país: um aperto na proteção da fronteira com o México, reforçando as medidas anti-imigração com expulsões rápidas e critérios mais rigorosos para asilo (aos quais os democratas se opõem) e ter esclarecimentos sobre qual seria a estratégia final.
“Ainda conto com vocês”, disse o líder ucraniano ao tentar convencer que ajudar Kiev a lutar faz parte do interesse nacional norte-americano e que é uma maneira de fortalecer o leste europeu contra a agressão russa.
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Zelensky pede apoio financeiro aos Estados Unidos mais uma vez, mas se depara com resistência por parte dos norte-americanos
“Quando o mundo livre hesita, as ditaduras comemoram” complementou Zelensky, explicando que os atrasos na ajuda favorecem o inimigo, mesmo reconhecendo, com suas palavras, que nada sairá da reunião que possa “mudar a situação no campo de batalha”.
Embora tenham esclarecido que dificuldades no fornecimento de auxílio não se atrelam a questões “pessoais”, os líderes republicanos no Senado e na Câmara foram inflexíveis: “A prioridade da segurança nacional é defender a fronteira dos EUA”, afirmaram.
O presidente da Câmara norte-americano, Mike Johnson, explicou que as decisões estão nas mãos da Casa Branca e do Senado, ressaltando que uma reviravolta é praticamente impossível até o final do ano, quando os fundos disponíveis do país devem esgotar.
Após as expectativas de uma contraofensiva ucraniana a russos não terem sido alcançadas, os líderes de Washington e de Kiev seguem tentando elaborar uma nova “estratégia” para 2024, conforme confirmou o secretário do Conselho Nacional de Segurança da Ucrânia, Oleksiy Danilov, à imprensa britânica BBC.