Atualizada em 07/07/2017 às 14:30
O WSJ, abreviatura que designa The Wall Street Journal, considerado “a bíblia dos homens de negócios”, diário especializado em economia e finanças e de grande influência no mundo dos negócios, teve a sua primeira edição publicada em 8 de julho de 1889.
O jornal foi criado por três jovens repórteres – Charles Henry Dow, Edward Davis Jones e Charles Milford Bergstresser – , também fundadores, em 1882, da empresa Dow & Jones Company, que à época entregava boletins financeiros para clientes da região de Manhattan. A primeira edição do jornal, que tinha seu nome derivado de Wall Street (Rua do Muro), coração financeiro dos Estados Unidos, circulou contendo apenas quatro páginas ao preço de 2 centavos de dólar, oferecendo notícias do mercado financeiro e preços das ações a investidores individuais. Em 1898, foi lançada a edição matinal, contando então com 6 páginas. No ano seguinte adotou o formato de cinco colunas por página, dando início à coluna Review & Outlook, escrita pelo próprio Charles Dow e que existe até hoje.
Em 1902, o jornalista Clarence Barron comprou a empresa por 130 mil dólares. A circulação era de aproximadamente 7 mil exemplares. Em 1903, introduziu-se o slogan “The Newspaper for the Investor” (O jornal para o investidor), deixando bastante claro o público alvo. A primeira edição da Costa do Pacífico foi lançada em 21 de outubro de 1929, apenas oito dias antes do crack da Bolsa de Valores. Nesta ocasião, a tiragem já era de 50 mil exemplares.
Flickr/dennis crowley
Edição de 6 de dezembro de 2008 do WSJ; diário é considerado considerado “a bíblia dos homens de negócios”
No início dos anos 1940, o WSJ perdia a metade de sua circulação, pois informações básicas do mercado financeiro eram transmitidas pelo rádio e em tempo real.
O editor Barney Kilgore percebeu que o jornal necessitava de mudanças para não desaparecer. Passou a tratar de política interna e internacional. Um exemplo disso ocorreu no dia seguinte ao ataque japonês em Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941. Enquanto os demais jornais relataram fatos já amplamente conhecidos graças ao rádio, a primeira página da edição de 8 de dezembro representou um marco do jornalismo. A manchete “Guerra com o Japão significa revolução industrial nos Estados Unidos”. O texto abordou as implicações do conflito para a economia e os mercados financeiros.
Após a II Guerra Mundial, em 1947, o jornal introduziu uma coluna de análise política escrita por William Grimes. Neste ano conquistou seu primeiro prêmio Pulitzer. Até hoje, o WSJ foi agraciado com 33 prêmios Pulitzer.
Com o propósito de ampliar a cobertura, passou a investir em jornalismo investigativo, não poupando as mazelas das grandes corporações norte-americanas.
Em 1966, o jornal atingiu a marca de mais de 1 milhão de exemplares diários, tornando-se uma das mais importantes publicações dos Estados Unidos. Em 1976, surge a versão asiática do jornal, o The Asian Wall Street Journal, impresso em Hong Kong. Em 1979, o WST torna-se o diário de maior circulação do país.
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A partir de 1980, passou a publicar diversos cadernos especiais que tratavam de assuntos específicos. O ano de 1983 foi marcado pela estreia da edição europeia, editada em Bruxelas. Nos anos 1990, com o surgimento de novas mídias e a mudança de hábitos da população, acabou lançando a versão eletrônica em 1995. No final de 2004, passou a disponibilizar seu conteúdo também via celular.
Em agosto de 2007, a News Corporation, do empresário australiano Rupert Murdoch, anunciou a compra da Dow Jones & Company por 5,6 bilhões de dólares.
Poderoso e influente, o conservador WSJ é leitura necessária para os principais homens de negócios e estadistas. Em primeiro lugar pelo padrão de suas reportagens. As matérias sobre política nacional e internacional competem com as do emblemático The New York Times, embora as deste sejam mais numerosas e variadas. Segundo, pelo padrão de rigorosa distinção entre informação e editoriais.
Ao longo dos anos o design do WSJ mudou significativamente: modificou o tamanho, ganhou cores e até anúncios na primeira página. A última modificação ocorreu em 2007. As edições internacionais, asiática e europeia, são mais compactas e menores.
Atualmente, o WSJ tem circulação diária superior a 2,1 milhões de exemplares, incluindo 400 mil assinaturas online, somente nos Estados Unidos, estando nas bancas de quase 100 países. Cada edição norte-americana tem em média 96 páginas.
Apesar de seu prestígio e respeitabilidade, o diário foi bastante criticado num período em que seus dirigentes e jornalistas utilizavam o espaço jornalístico, orientando as notícias para favorecer seus próprios interesses, visto que eram também grandes negociantes de ações na Bolsa de Valores.