Julius Ernest Wilhelm Fučík, compositor tchecoslovaco, célebre sobretudo pela marcha “Entrada dos Gladiadores”, um verdadeiro hino dos espetáculos circenses em todo o mundo, mas também amplamente executado no transcurso dos Jogos Olímpicos, morre em Berlim, em 15 de setembro de 1916, aos 44 anos.
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Foi autor de outras inúmeras marchas em que se destaca a Florentiner Marsch e de elegantes valsas.
Nasceu em 18 de julho de 1872, em Praga, então pertencente ao Império Austro-Húngaro. Foi aluno de Antonin Dvorak no Conservatório Musical de Praga, onde aprendeu o violino e fagote.
Aos 19 anos tornou-se músico militar do Exército austro-húngaro. Integrou diversas bandas militares para se tornar chefe de fanfarra. Em 1897, foi designado para o 86º Regimento de Infantariado em Sarajevo. Foi lá que compôs a “Entrada dos Gladiadores” que tinha na origem um título em francês, “A Grande Marcha Cromática”, devido à farta utilização da escala cromática. Mudou, porém, em seguida, o título, em virtude de seu interesse pelo Império Romano.
A partir de 1900, dá concertos em Praga e Berlim diante de mais de 10 mil pessoas e sua música passa a ser conhecida.
Em 1910, o compositor canadense, Louis-Philippe Laurendeau, escreveu um arranjo da “Entrada dos Gladiadores” que intitulou “Trovões e Labaredas”. Foi neste período que a obra ganhou imensa popularidade como música de circo, utilizada para a entrada dos palhaços. No entanto, o nome do compositor e o título da peça caíram no esquecimento.
Em 1913, casa-se e se instala em Berlim. Cria sua própria orquestra e uma casa editora a fim de vender suas obras. Contudo, a chegada da Primeira Guerra Mundial prejudica a sua empresa.
Desanimado e debilitado, cai doente e morre em Berlim em 15 de setembro de 1916. Está enterrado em Praga. Era tio do jornalista homônimo, Julius Fucik, executado pelo regime nazista.
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Fucik compôs mais de 400 peças: música de câmara, canções, marchas, valsas, um réquiem, assim como uma única ópera, “A Rosa da Toscana”. Muitas de suas composições desapareceram.
“Você tem talento e alma, e isto é um dom raro”, disse-lhe o compositor Dvorak ao seu aluno. Conta-se também uma história sobre sua composição para fagote intitulada “O Velho Resmungão”. Certo dia, Fučík deixou entender, diante de amigos, que esta peça característica lhe foi inspirada pelo “Velho”, ou seja, o comandante de seu regimento.
O Exército austríaco estava cheio de informantes, seu segredo foi logo revelado ao comandante e este se ofendeu. A indiscrição poderia ter gerado num caso desagradável e até perigoso para o compositor. Num acesso de cólera, o comandante chamou o músico, deu-lhe um sermão com voz tonitruante, indo até mesmo a ameaças físicas.
Fucik não se deixou impressionar e manteve a calma. Explicou ao “Velho Resmungão” que a composição não tinha nada de irônico e que não teve qualquer intenção de ridicularizar um oficial tão venerável. Transmitiu ao comandante o caráter sorridente da composição plena de bom-humor.
A cólera do oficial se esvaiu, porém seu rancor não se dissipou de todo. Decidiu submeter a obra ‘escandalosa’ a um exame severo. No dia seguinte, no entanto, após ouvir a composição, acolheu Fucik com um sorriso e apertou-lhe a mão.
“Fucik, você é um craque colossal”, disse.
Também nesta data:
1821 – Ata de Independência da América Central é assinada
1928 – Alexander Fleming descobre a penicilina
1935 – Adolf Hitler promulga leis de perseguição aos judeus
1949 – Adenauer torna-se o 1º presidente da Alemanha Ocidental
1963 – Ku Klux Klan explode bomba em igreja batista de Birmingham, nos EUA