Avaliações otimistas sobre o combate à crise climática são “uma ilusão”, disse o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, durante a abertura da 26ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), em Glasgow, nesta segunda-feira (01/11).
Segundo o secretário, “anúncios recentes de ações climáticas podem dar a impressão de que estamos no caminho certo para mudar as coisas”, mas isso é uma “ilusão”. “O aumento do nível do mar é o dobro da taxa de 30 anos atrás. Os oceanos estão mais quentes do que nunca – e aquecendo mais rapidamente. Partes da Floresta Amazônica agora emitem mais carbono do que absorvem”, destacou.
De acordo com especialistas da ONU, as emissões de gases do efeito estufa devem ser reduzidas em cerca de 45% até 2030, com base nos níveis de 2010, para limitar o aumento da temperatura global para 1,5°C, neste caso com base nos níveis pré-industriais.
Em sua fala na COP26, Guterres disse que “estamos cavando nossas próprias sepulturas”, afirmando que os últimos seis anos foram os mais quentes já registrados e o “vício por combustíveis fósseis” está empurrando a humanidade para a beira do abismo.
Eric Bridiers/Reprodução
“Chega de brutalizar a biodiversidade, nos matar com carbono, tratar a natureza como um banheiro, queimar e perfurar e minerar cada vez mais fundo”, declarou.
O secretário-geral da ONU também defendeu o “compromisso de financiamento climático de US$ 100 bilhões por ano em apoio aos países em desenvolvimento”.
Guterres lembrou que os países do G20, “têm uma responsabilidade especial, pois representam cerca de 80 por cento das emissões''. Líderes do G20 se reuniram em Roma no último final de semana, sem chegar a acordos contundentes ou precisos no que diz respeito à data para neutralidade de carbono ou para combate do aquecimento global.