Neste domingo (17/04), escutei os debates dos delegados ao VI Congresso do Partido.
Eram tantas as comissões que, como é lógico, não pude escutar todos os que falaram.
Reuniram-se em cinco comissões para discutir diversos temas. Com certeza, eu também aproveitava os recessos para respirar com calma e para consumir algum portador energético de procedência agrícola. Eles, seguramente com maior apetite por seu trabalho e sua idade.
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Espantava-me a preparação desta nova geração, com tão elevado nível cultural, tão diferente a essa que se alfabetizava precisamente em 1961, quando os bombardeiros ianques, em mãos mercenárias, atacavam a pátria. A maioria dos delegados ao Congresso do Partido eram crianças ou não tinham nascido.
Não me importava tanto o que diziam como a forma em que o diziam. Estavam tão preparados e se expressavam com um vocabulário tão rico, que eu quase não os entendia. Discutiam cada palavra, e até a presença ou ausência de uma vírgula no parágrafo discutido.
Sua tarefa é ainda mais difícil que a assumida por nossa geração quando se proclamou o socialismo em Cuba, a 90 milhas dos Estados Unidos.
Por tal motivo, persistir nos princípios revolucionários é, segundo minha opinião, o legado principal que podemos lhes deixar. Não há margem para o erro neste instante da história humana. Ninguém deve desconhecer essa realidade.
A direção do Partido deve ser a soma dos melhores talentos políticos do nosso povo, capaz de enfrentar a política do império que põe em perigo a espécie humana e gera gansteres como os da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), capazes de lançar em só 29 dias, do inglorioso “Amanhecer da Odisseia”, mais de quatro mil missões de bombardeio sobre uma nação da África.
É dever da nova geração de homens e mulheres revolucionários ser modelo de dirigentes modestos, estudiosos e de lutadores incansáveis pelo socialismo. Sem dúvida, na época bárbara das sociedades de consumo constitui um difícil desafio superar o sistema de produção capitalista, que fomenta e promove os instintos egoístas do ser humano.
A nova geração é chamada a retificar e mudar, sem hesitar, tudo o que deve ser retificado e mudado, e continuar demonstrando que o socialismo também é a arte de realizar o impossível: construir e levar a cabo a Revolução dos humildes, pelos humildes e para os humildes, e defendê-la durante meio século da potência mais poderosa que jamais existiu.
*Artigo publicado originalmente no CubaDebate.
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