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Opinião

Opinião: A grande farsa de Boris Johnson sobre o Brexit

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Primeiro-ministro britânico tenta a todo custo manobrar o Parlamento, já que quer um Brexit sem acordo, e não hesita em disseminar mentiras - mas seus oponentes prometem jogo duro

Barbara Wesel

Deutsche Welle Deutsche Welle

2019-09-04T18:38:00.000Z

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O clima esquentou no Parlamento britânico nesta terça-feira (03/09). O primeiro-ministro Boris Johnson provou algumas colheradas do mesmo veneno que costumava atirar contra a antecessora Theresa May. Johnson teve que lidar com oponentes dentro de seu próprio partido – parlamentares que teceram argumentos mais comedidos e mais inteligentes do que os dele.

A prova óbvia de que sua perspicácia e seu charme superficial não estão à altura de um verdadeiro debate político. A máscara de Johnson começou a cair. E seus oponentes lhe conferiram sua primeira grande derrota, enquanto preparam o terreno para uma legislação contra o chamado Brexit sem acordo.

De quebra, Johnson também sofreu a perda simbólica de sua maioria parlamentar de apenas um voto. O parlamentar conservador de longa data Phillip Lee ficou em silêncio durante o discurso de Johnson no Parlamento e se alinhou aos Liberais Democratas nas fileiras da oposição. Não há como demonstrar mais claramente o desprezo a um partido e a um chefe de governo.

E a declaração de despedida escrita por Lee não deixou por menos. No texto, o parlamentar falou em mentiras, bullying e irresponsabilidade, e que o governo de Johnson mina a democracia e a unidade britânica com sua estratégia agressiva referente ao Brexit. Lee simplesmente antecipou as ameaças do novo premiê aos outros rebeldes conservadores e, voluntariamente, deu as costas ao partido.

Trata-se de um ato simbólico, que expõe quão instável é a base do governo de Johnson. De fato, está claro há dias que existem entre os conservadores cerca de 20 dissidentes, que se opõem ao caminho atual do governo. Este está rumando a toda velocidade para um Brexit sem acordo e não regulamentado para satisfazer a necessidade de pureza ideológica da ala de direta dos conservadores e cortar todos os laços do Reino Unido com a União Europeia (UE).

Truques e desvios de regras sempre fizeram parte da política. Mas essas manobras não devem afetar o entendimento democrático básico. No entanto, Johnson tem outros planos, porque ele é um destruidor de sistemas e, ao mesmo tempo, pertence ao grupo dos novos irresponsáveis na política.

picture-alliance/empics
"A perspicácia e o charme superficial de Johnson não estão à altura de um verdadeiro debate político", opina Barbara Wesel

Pouco lhe importa se a indústria siderúrgica no País de Gales perderá seus últimos empregos ou se a indústria automobilística britânica desmoronará devido ao Brexit. Isso porque sua visão para o Reino Unido é a mesma dos especuladores do mercado financeiro que apoiam um Brexit sem acordo e querem um Reino Unido com pouco Estado e poucos impostos e regulamentações. Uma espécie de Estado pirata internacional, tão livre quanto possível de alianças e laços de coexistência internacional.

Para alcançar esses objetivos, Johnson tem mentido de manhã até de noite para seus cidadãos e seu Parlamento. Ele afirma que aumentaram as perspectivas de um acordo com a UE. Em Bruxelas, ouve-se que não há qualquer negociação séria.

Johnson diz que tem novas propostas para a fronteira irlandesa. Mas em Dublin, fala-se que ele quer relaxar as determinações do Acordo de Belfast [assinado em 1998 e que tinha por finalidade acabar com os conflitos entre nacionalistas e unionistas sobre questões envolvendo Irlanda e Irlanda do Norte].

O novo primeiro-ministro britânico também afirma que a UE cederá apenas se ele puder ameaçar credivelmente com um Brexit sem acordo. Isso é um absurdo, porque Bruxelas já conta com um Brexit sem acordo, e as concessões que Johnson quer forçar não podem ser feitas.

Toda a concepção dessa suposta estratégia de negociação é, portanto, uma mentira. Relatórios internos do governo confirmam a suposição. Os britânicos têm um primeiro-ministro que quer enganá-los na decisão política mais importante em décadas, que suspende o Parlamento para eliminar a resistência.

Os parlamentares conferiram-lhe sua primeira derrota e querem deixá-lo de mãos atadas. Ainda é incerto se isso vai funcionar, porque o primeiro-ministro já está confabulando sobre com quais truques ele consegueria impedir uma extensão do prazo do Brexit.

Fato é que Johnson não tem como evitar eleições antecipadas sem a maioria parlamentar. Será uma campanha eleitoral na qual Johnson pode colocar em prática sua capacidade de manipular sem restrições a verdade em todo o país.

Resta saber se os britânicos vão engolir suas fábulas. Também dependerá de quão bem a oposição vai se articular e de sua destreza de negociação para expulsar o grande vigarista do Brexit do cargo de chefe de governo.

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Eleições 2021 no Equador

Arauz: ‘Este é um revés eleitoral, mas, de maneira alguma, uma derrota política ou moral’

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Candidato progressista pediu união e disse que os quase 4 milhões de votos que recebeu são um “mandato” para defender políticas que promovam justiça social

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-04-12T02:48:00.000Z

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O candidato progressista à Presidência do Equador, Andrés Arauz, reconheceu na noite deste domingo (11/04) a derrota no segundo turno das eleições no país para o direitista Guillermo Lasso. Para ele, no entanto, o resultado – uma diferença de cinco pontos percentuais – não é uma “derrota política ou moral”.

“Este é um revés eleitoral, mas de maneira alguma, é uma derrota política ou moral. Porque nosso projeto é de vida, é uma luta pela construção de um futuro mais justo e solidário para todos os equatorianos”, disse. “Hoje, não é um final, é o começo de uma nova etapa de reconstrução do poder popular.”

Ele pediu união dos equatorianos. “A partir de hoje, temos que voltar a ser só um Equador. Que viva o Equador. Nas campanhas, discutimos e propusemos com convicção, e buscamos nos diferenciar. Claro que lutamos por valores distintos, mas, hoje, chegou o momento de avançar. Temos que ter pontes e construir consensos”, afirmou.

Arauz disse que os quase 4 milhões de votos que recebeu são um “mandato”. “São um mandato, um compromisso de defender políticas que acompanham e promovam justiça social, a dignidade e a saúde pública e, em definitivo, o futuro dos equatorianos”, disse.

Reprodução
Arauz agracedeu o apoio dos equatorianos e pediu união ao país

O candidato, que era apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa, lembrou que sua coalizão política, a União pela Esperança (Unes), é a mais forte do país. “Estaremos atentos ante qualquer tentativa de usar o estado para benefício de poucos privilegiados. Estaremos, como sempre fizemos, defendendo as grandes maiorias, o povo digno, o povo equatoriano.”

Arauz disse que ligaria para o presidente eleito, a fim de cumprimentá-lo pelo sucesso eleitoral, e falou que é um “ator responsável e democrático” no Equador.

“Após estas declarações, realizarei uma chamada telefônica ao senhor Guillermo Lasso, o felicitarei pelo triunfo eleitoral obtido no dia de hoje e o mostrarei nossas convicções democráticas, de poder seguir aportando ao desenvolvimento do país quando se trata de beneficiar a maioria do nosso povo e de nos opor, construtiva e responsavelmente, quando se busque simplesmente atender a privilégios. Nós somos um ator responsável e democrático no Equador”, afirmou.

Assista, na íntegra, ao discurso de Arauz:

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