O partido da candidata à Presidência do Peru Keiko Fujimori destituiu nesta quinta-feira (19/05) seu porta-voz, Jorge Trelles, após ele declarar que o governo de Alberto Fujimori (1990-2000) matou menos pessoas que em regimes anteriores. “Em todo caso, nós matamos menos que os dois governos que nos antecederam”, afirmou Trelles sobre as acusações contra Fujimori, que cumpre pena de 25 anos de prisão por violações dos direitos humanos.
A frase gerou uma onda de críticas contra Trelles e o “fujimorismo”, mesmo após Keiko rejeitar as declarações. Em seguida, o candidato à vice-presidência pela chapa do Força 2011, Rafael Rey, comunicou a destituição do porta-voz. Keiko, que segundo as pesquisas de intenção de voto tem pequena margem de vantagem sobre o nacionalista Ollanta Humala, seu rival no segundo turno em 5 de junho, assinalou que foi “uma frase infeliz”.
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“Eu não estou de acordo, espero que ele a corrija”, afirmou a candidata, para depois explicar que seu porta-voz tentou fazer uma reflexão sobre o relatório final da Comissão da Verdade e Reconciliação (que estabeleceu uma apuração de vítimas nos anos do terrorismo e do contraterrorismo, 1980-2000). Segundo Keiko, Trelles estava fazendo um comentário sobre o fato de a CVR supostamente ter certificado que no governo de seu pai houve menos “desaparecidos”.
Humala, por sua vez, considerou “condenável, vergonhosa e contra a moral” a afirmação de Trelles e disse que lhe dá “pena competir” nas eleições presidenciais com um projeto político que se expressa nesses termos.
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