O presidente de Mali, Amadou Toumani Touré, destituído por um golpe militar em 22 de março, apresentou oficialmente sua renúncia neste domingo (08/04), confirmou um porta-voz do futuro chefe de Estado interino, Dioncounda Traoré. A renúncia de Touré abre caminho para o período de transição e a realização de novas eleições presidenciais no prazo de 40 dias.
Efe
O ex-presidente do Mali Amadou Toumani Touré
A carta de renúncia de Touré foi entregue ao ministro das Relações Exteriores de Burkina Fasso, Djibrill Bassole, mediador designado pela Cedeao (Comunidade Econômica de África Ocidental).
O próximo passo será o anúncio da destituição do chefe golpista e líder da Junta militar, capitão Amadou Haya Sanogo, que se retira do poder.
O Conselho Constitucional malinês deverá depois proclamar o cargo vago de acordo com a lei fundamental do país antes que Traoré, até agora presidente do Parlamento, possa ser empossado como chefe de Estado interino.
A renúncia de Touré é parte do acordo alcançado na sexta-feira entre a Cedeao e a Junta militar a respeito de uma solução que permita retorno rápido a ordem constitucional.
Pelo acordo, os golpistas restituem o poder aos civis e permitem o funcionamento normal das instituições.
Mali será dirigida provisoriamente por Traoré, que deve nomear um governo de transição encarregado de organizar eleições presidenciais para o prazo máximo de 40 dias.
Traoré retornou a Mali no sábado a partir de Burkina Fasso, onde estava quando aconteceu o golpe de Estado em 22 de março.
Além da crise no poder e da organização do pleito, Traoré também deverá enfrentar a situação no norte do país, onde na sexta-feira um grupo de rebeldes tuaregues proclamou o Estado independente de Azawad.
Em declaração à imprensa pouco após aterrissar no aeroporto internacional de Bamako, o futuro presidente interino chamou seus compatriotas a “reconquistar a integridade do país”.
O ex-presidente Touré afirmou que, após 22 anos de vida pública, era seu dever “ajudar o Mali” em prol de uma transição pacífica de poder. A justificativa utilizada pelos militares para tirar Touré do poder foi a sua ineficiência em deter as tropas separatistas touaregues, que detém o poder em diversas cidades do norte do país.
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