O ministro dos Negócios Estrangeiros da Bélgica, Didier Reynders, afirmou neste domingo (08/04) em entrevista à rede belga TV5 que, caso o cessar-fogo previsto para começar na terça-feira (10/04) na Síria não seja respeitado, será necessária a implementação de uma intervenção humanitária com presença militar.
“Há um plano em cima da mesa com o prazo de 10 de abril. Se este plano não for respeitado, então será preciso passar à etapa seguinte”, disse Reynders, citado pela Agência France Presse, acrescentando que “uma intervenção humanitária será necessária e irá supor uma presença militar armada”.
O plano para a saída da crise apresentado pelo ex secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas) Kofi Annan e aceito por Damasco na semana passada prevê a retirada do exército das cidades na terça-feira e o fim dos combates 48 horas mais tarde.
Porém, neste domingo (08/04), o regime do presidente Bashar al Assad afirmou que não vai retirar as tropas das cidades sírias sem ter “garantias por escrito” da oposição, segundo comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Síria.
“Dizer que a Síria vai retirar as suas forças das cidades em 10 de abril não é correto. [O emissário internacional] Kofi Annan não apresentou ainda garantias escritas da aceitação dos grupos terroristas armados de parar com todas as formas de violência”, informa a nota do governo de Assad.
O líder do Exército Livre da Síria, Riyadh Al Asaad, já esclareceu, citado pela AFP, que os seus combatentes vão respeitar o plano da ONU, mas recusou-se a dar garantias ao regime. “Vamos apresentar as nossas garantias e os nossos compromissos à comunidade internacional, mas não a este regime”, disse.
Ativistas e observadores denunciaram que, ao longo deste domingo, já foram mortas, pelo menos, 31 pessoas e mais de 200 foram detidas, em uma escalada de violência a 48 horas da entrada em vigor do plano de Annan. Dados da ONU citados pela agência espanhola de notícias EFE apontavam para mais de nove mil mortos desde o começo dos protestos na Síria, em meados do ano passado, enquanto 200 mil pessoas foram forçadas a deslocar-se dentro do país e 30 mil a procurar refúgio nos países fronteiriços.
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