Leopoldo López, líder opositor ao governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, foi condenado à prisão nesta quinta-feira (10/09) em Caracas, capital do país, em um julgamento a portas fechadas. Ele recebeu a pena máxima – 13 anos, nove meses e sete dias – pelos crimes de que era acusado: incitação à violência, formação de quadrilha, incêndio criminoso e danos à propriedade.
As acusações dizem respeito aos atos violentos que causaram 43 mortes decorrentes dos protestos antigoverno realizados em 2014. López era um dos líderes do movimento “A saída”, plano que pretendia a derrubada do presidente Maduro.
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Agência Efe
Culpado por violência em protestos do ano passado, López foi condenado a 13 anos, nove meses e sete dias de prisão
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Desde fevereiro do ano passado, López se encontra detido na prisão militar de Ramo Verde, próxima a Caracas, mesmo lugar onde cumprirá a pena. Para opositores ao governo, López é um “bode expiatório” usado para esconder a crise econômica venezuelana.
Três estudantes envolvidos no protesto também foram condenados no processo. Eles deverão cumprir a pena de 10 anos em liberdade condicional, apresentando-se regularmente à Justiça.
Após o anúncio da condenação, a União Europeia emitiu um comunicado criticando o andamento do processo na Venezuela. Para a UE, os julgamentos “falharam em fornecer às defesas as garantias adequadas de transparência”. A nota critica os entraves para que diplomatas e observadores independentes acompanhassem presencialmente as fases finais do julgamento.
A secretária-assistente de Estado dos EUA, Roberta Jacobson, declarou no Twitter estar “profundamente preocupada com a condenação de Leopoldo López”. Ela fez também um apelo para que o governo norte-americano proteja a democracia e os direitos humanos na Venezuela.
O comentário de Jacobson foi criticado pela chanceler venezuelana Delcy Rodríguez que, em seu Twitter, fez uma série de postagens criticando o que entende ser uma “ingerência dos Estados Unidos” em assuntos internos da Venezuela.
Resposta de López
Por meio de uma carta lida pela sua esposa, Leopoldo López convocou os venezuelanos contrários ao governo de Maduro para irem às ruas numa manifestação pacífica no dia 19 de setembro. O pedido do opositor fala em que o ato deverá ser “sob estrita disciplina não violenta”. “Que esse sábado [dia 19] se torne o início do caminho que abrirá as portas da mudança em 6 de dezembro”, afirmou na carta, se referindo às eleições parlamentares na Venezuela.