Após a vitória do candidato de extrema direita Javier Milei nas primárias presidenciais da Argentina, o Banco Central determinou nesta segunda-feira (14/08) uma desvalorização de 22% do peso frente ao dólar.
Com isso, a cotação oficial da moeda norte-americana passou de 287,35 para 350 pesos, enquanto o BC também promoveu uma alta de 21 pontos percentuais na taxa básica de juros, para 118%.
Segundo a instituição, o objetivo das medidas é “estabilizar as expectativas do mercado”. Uma das promessas de campanha de Milei é acabar com o Banco Central da Argentina, além de dolarizar a economia do país.
Já o chamado dólar blue, nome da moeda norte-americana no mercado paralelo, é negociado nesta segunda-feira em 690 pesos, de acordo com o jornal Clarín.
Com discurso ultraliberal e de extrema direita, Milei obteve 30% nas primárias e entrará nas eleições de 22 de outubro como favorito contra a oposição tradicional, representada por Patricia Bullrich, e o governo peronista, cuja chapa será encabeçada pelo ministro da Economia, Sergio Massa.
Repercussão direitista
O deputado brasileiro Eduardo Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), celebrou também nesta segunda-feira a vitória de Milei.
“Um excelente começo para o que pode ser a mudança real que a Argentina precisa”, afirmou Eduardo, que no ano passado foi recebido por Milei em Buenos Aires.
Pexels
Cotação oficial da moeda norte-americana passou de 287,35 para 350 pesos
“Com vizinhos livres do socialismo, o Brasil tem um ambiente mais favorável para retomar o caminho da liberdade”, reforçou o deputado por meio das redes sociais.
O ex-presidente Bolsonaro já tinha manifestado seu apoio a Milei para as primárias.
Já na Europa, em especial na Itália, o partido Irmãos da Itália (FdI), liderado pela premiê Giorgia Meloni, também comemorou o resultado de Milei.
“Sinais encorajadores da América do Sul. Nas primárias para as próximas eleições presidenciais argentinas, grande resultado da chapa liberal-conservadora de Javier Milei e Victoria Villarruel [candidata a vice]”, diz uma nota assinada pelo chefe da delegação do FdI no Parlamento Europeu, Carlo Fidanza.
Ele também celebrou a segunda colocação da coalizão conservadora Juntos Pela Mudança (28,3%), que será representada pela ex-ministra da Segurança Patricia Bullrich, que derrotou Horacio Rodríguez Larreta na disputa interna na aliança.
Segundo ele, se as eleições de outubro confirmarem os resultados das primárias, “será uma derrota decisiva para a esquerda no poder, que é estreitamente ligada ao Foro de São Paulo e a Cuba, Venezuela e China”.
(*) Com Ansa