Nesta terça-feira (15/08), Celso Amorim, chefe da Assessoria Especial da Presidência do Brasil, manteve uma reunião bilateral com Bruno Rodríguez Parrilla, ministro das Relações Exteriores de Cuba. O encontro, que aconteceu em Havana, faz parte dos esforços do governo de Luiz Inácio Lula da Silva para normalizar as relações diplomáticas entre Brasil e Cuba.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores de Cuba, a reunião se concentrou em áreas de interesse mútuo ligadas ao comércio entre os dois países. Principalmente em áreas como biotecnologia, produção de vacinas e alimentos, turismo e energia.
Como resultado da maior abertura econômica de Cuba, durante os últimos anos, vários setores empresariais do Brasil tornaram-se cada vez mais interessados em manter laços econômicos com a ilha. Com o objetivo de facilitar as relações, a embaixada brasileira em Cuba promoveu uma série de seminários para informar os empresários sobre essas mudanças e novas oportunidades de negócios.
Nesse contexto, após anos de distanciamento por parte do governo Bolsonaro, que colocou em crise os princípios históricos da política externa independente do Itamaraty – em favor de um alinhamento com os interesses dos Estados Unidos –, espera-se que a normalização das relações entre os dois países melhore o clima de negócios, abrindo mais facilidades de investimento para o capital brasileiro.
Ministério das Relações Exteriores de Cuba
Reunião de Celso Amorim e chanceler Bruno Rodríguez Parrilla, no Ministério das Relações Exteriores de Cuba
No entanto, o bloqueio imposto contra Cuba, assim como a inclusão da ilha na lista dos Estados Unidos de “países que promovem o terrorismo”, dificultam as possibilidades de investimento do Brasil em Cuba. Isso cria obstáculos e sanções para empresas que queiram fazer negócios com Cuba.
O bloqueio imposto pelos Estados Unidos é sistematicamente criticado pela comunidade internacional, na Organização das Nações Unidas (ONU), como uma violação do direito internacional. Da mesma forma, a recente campanha de assinaturas promovida por diversos coletivos sociais e políticos na plataforma CubaVive.info busca pressionar os Estados Unidos a retirar Cuba da lista de países que promovem o terrorismo.
Desde a posse de Lula, houve vários sinais para normalizar as relações diplomáticas com Cuba após seis anos de deterioração. Em maio, uma delegação de legisladores brasileiros visitou Havana com o objetivo de ampliar e fortalecer os laços entre parlamentares. Em junho, o presidente brasileiro teve uma reunião com seu colega cubano Miguel Díaz-Canel em Paris.