Defendendo o erro que é o “processo de Assange com base na Lei de Espionagem, e que foi uma decisão política iniciar o processo”, uma delegação de 63 deputados e senadores australianos assinou, nesta quarta-feira (13/09), uma carta em apoio ao fundador do site Wikileaks, que luta contra a extradição para os Estados Unidos, onde pode ser condenado a 175 anos de prisão.
“A acusação e o encarceramento de Julian Assange devem acabar. Esse assunto já se arrasta há mais de uma década e é errado que ele seja ainda mais perseguido e tenha sua liberdade negada quando se considera a duração e as circunstâncias da detenção que ele já sofreu”, argumentam os legisladores.
More than 60 Parliamentarians have signed a letter in support of ending the prosecution & incarceration of Julian Assange. The US must listen to the calls of the Australian community & abandon the extradition proceedings https://t.co/h9s5mmikpk. #FreeAssangeNOW #auspol #politas pic.twitter.com/WOUyIeBS9e
— Andrew Wilkie MP (@WilkieMP) September 14, 2023
“A prolongada perseguição a Assange desgasta a base substancial de consideração e respeito que os australianos têm pelo sistema judiciário dos Estados Unidos da América”, ainda informa a carta.
A delegação ainda afirmou concordar com a posição do primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, quando declarou em 22 de maio de 2023 que “nada se aproveita do encarceramento contínuo de Assange”.
“Se Julian Assange for removido do Reino Unido para os Estados Unido haverá um protesto agudo e contínuo na Austrália”, instam.
Os deputados e senadores ainda agradecem o apoio que parte dos membros do Congresso dos estados Unidos, defensores dos direitos humanos, acadêmicos e membros da sociedade civil nos Estados Unidos expressam pela situação do jornalista australiano, pedindo também que continuem expressando oposição contra a extradição.
“Abandonar os procedimentos de extradição teria o efeito sensato, justo e compassivo de permitir que Assange seja liberto de um período prolongado e severo de detenção de alta segurança. É realmente hora de encerrar esse assunto e de Julian Assange voltar para casa”, finalizam.
Wikicommons
"Se Julian Assange for removido do Reino Unido para os Estados Unido haverá um protesto agudo e contínuo na Austrália", avisa a carta
Delegação em Washignton
Segundo o jornal britânico The Guardian, a carta foi organizada pelo deputado independente Andrew Wilkie, o deputado trabalhista Josh Wilson, a deputada liberal Bridget Archer e o senador verde David Shoebridge.
Após a iniciativa dos congressistas, a delegação informou, também nesta quarta, que planeja uma viagem para Washington, capital dos Estados Unidos, na próxima semana, para defender Assange.
A viagem dos políticos australianos a Washington visa procurar o fim da perseguição judicial contra o jornalosta. Os deputados pretendem reunir-se com membros da Câmara dos Representantes e do Senado, do Departamento de Estado e do Departamento de Justiça para agirem contra a extradição do ativista para os Estados Unidos.
O jornalista australiano está sob detenção da polícia de Londres na prisão de segurança máxima de Belmarsh desde 2019, onde tem sofrido tortura psicológica, como alega seu pai John Shipton, mesmo após ter sua extradição negada pela justiça do Reino Unido pelas más condições de saúde mental em que se encontrava.
O processo contra Assange encontra-se em meio aos últimos recursos que a defesa do jornalista pode tentar, na instância supranacional do Tribunal Europeu de Direitos Humanos. O recurso foi solicitado em dezembro de 2022 e é um processo do editor contra o governo do Reino Unido.
(*) Com TeleSUR